Estamos num momento de renovação da esperança, diz Maduro

A Venezuela está vivendo um momento de renovação da esperança, com planos e políticas para a construção de um novo modelo social e econômico em continuidade ao legado do Comandante Hugo Chávez. Esse é o sentimento do presidente da República, Nicolás Maduro.

Manifestação na Venezuela - Divulgação

No último sábado, em entrevista exclusiva ao jornalista chileno, Marco Enrique Ominami, transmitida pela Rede Venezuelana de Televisão, o presidente Maduro declarou: “Já estamos numa onda de renovação para as mudanças necessárias, a construção de uma nova sociedade, um novo modelo social e, acima de tudo, uma nova economia”.

“É preciso renovar tudo o que deve ser renovado; a esperança, a política, os planos. Assim como já demonstrei com a criação do Cartão da Pátria, o sistema de benefício, o sistema de Missões e Grandes Missões, com a criação do Petro”, disse ele.

Maduro disse que o desafio do governo é promover um novo modelo de gestão para a diversidade econômica, com o objetivo de regularizar as cadeias de produção, distribuição e comercialização.
Argumentou que a Venezuela entra na era pós-petroleira da economia, com 15 motores já ativados, “com o desafio de construir uma economia diversificada, com novas fontes de riqueza” e a serviço do ser humano.

Recuperação petroleira

O presidente ressaltou que a revolução tem o desafio de superar o impacto do bloqueio financeiro e a perseguição dos Estados Unidos, que começou com o governo de Barack Obama e foi revigorada com a posse de Donald Trump, afetando os compromissos da balança comercial e o desenvolvimento econômico do país.

Ressaltou que, além das sanções ilegais aplicadas pelos Estados Unidos contra funcionários venezuelanos, há a perseguição financeira que tira proveito da queda da receita do petróleo, e da inflação induzida, pelas quais os setores privados são responsáveis em conjunto e a corrupção na indústria do petróleo, que reduziu a produção em um milhão de barris.

“Felizmente Já estamos recuperando a produção, creio que no primeiro semestre deste ano teremos recuperado 70% da produção perdida”, afirmou.

Maduro observou que “por trás dos corruptos públicos estão os corruptos privados. Há aí um capitalismo fervilhante. É uma batalha épica, e o mais importante é que eu tenho uma alma pura para combater os corruptos e traidores do país”, destacando o trabalho do procurador Tarek William Saab, nomeado pela Assembleia Nacional Constituinte (ANC), que avançou na investigação desses casos de corrupção.

Proteção à família

Maduro ressaltou que, nessas condições, a Venezuela encerrou 2017 com 94% de emprego, dos quais 90% são formais e protegidos com aumentos salariais periódicos, além do sistema de proteção familiar, por meio do sistema Missões e Grandes Missões, sem o qual “verdadeiramente, a inflação induzida e brutal que se arraigou na Venezuela teria provocado sérios danos à vida social da população”.

O chefe de Estado observou que outro flanco do ataque econômico é o acesso aos alimentos, protegido pelos Comitês Locais de Fornecimento e Produção (Clap) que, a cada 21 dias, suprem seis milhões de famílias com produtos variados, a preços justos.

Outro aspecto denunciado pelo presidente foi a manobra para impedir o acesso a medicamentos, com o objetivo de danificar o sistema de saúde primário, com cobertura direta e gratuita.

“Se a Venezuela não possuísse esse sistema primário de saúde, que abrange a totalidade das comunidades, não haveria essa guerra contra a distribuição gratuita de medicamentos e a perseguição mundial que sofrem os navios que trazem remédios para a Venezuela”, afirmou Maduro.

Enfatizou que, em nenhum outro país da região, dezenas de vidas são salvas mensalmente pelo atendimento prestado por 30 mil médicos comunitários que promovem a medicina familiar preventiva nos bairros do país, além do 0800-SALUDYA, para o fornecimento de medicamentos.

“Nos Estados Unidos, aqueles que não têm dinheiro, não têm acesso a cuidados médicos ou medicamentos, mas ninguém diz isso”, disse ele, e comparou os cuidados de saúde gratuitos da Venezuela aos mais altos padrões tecnológicos e clínicos, “mas submetidos a uma campanha brutal, baseada na sabotagem que nos foi causada pelo fornecimento de medicamentos”.

Solidariedade e Vitória Revolucionárias

Maduro lembrou que o processo revolucionário é constantemente atacado pela mídia, para confundir o mundo sobre o que acontece no país, sem a possibilidade de levar a verdade aonde seja necessário. No entanto, sustentou que a Venezuela tem o apoio de muitos que estão cientes do “linchamento mediático” exercido contra o governo.

“Temos o amor e a solidariedade de muita gente pelo mundo, muito além do que se pode ver nos meios de comunicação internacionais”, afirmou.

Convido a todas as facções da oposição para corrigirem sua postura abstencionista e se incorporem ao processo eleitoral. “Venham para a contenda eleitoral. Venham para a convocação do voto nacional “, apelou ele.O presidente destacou que, graças à coesão cívico-militar, a intenção do voto chavista para as eleições presidenciais permanece entre 54 e 55%, de acordo com algumas pesquisas de opinião.

Qual governo no continente tem 55% de intenção de voto? Nenhum! E nós os temos porque mantivemos a união do alto-comando”, disse o presidente ao se referir às cifras com que trabalham o governo dos EUA e a oposição.

“Espero que a oposição não cometa o erro histórico de abstenção, e estou certo de que, no dia 22 de abril, haverá uma festa eleitoral na Venezuela, uma festa cidadã, uma festa do povo venezuelano! Será a 25ª eleição em 18 anos e tenho a certeza de que teremos a 23ª vitória “, acrescentou.

Recordou à oposição de que há plenas garantias para aqueles que desejam se inscrever como candidatos, as mesmas que tiveram em 2015, quando obtiveram a maioria no Parlamento.

Ressaltou que, com a vitória eleitoral das forças revolucionárias, continuará promovendo o diálogo e liderando um governo em defesa do bem-estar do povo. “Um governo revolucionário, socialista, chavista e inclusivo, que tenha um diálogo permanente com todos os setores da oposição”.