Jandira: General no comando do Ministério da Defesa é retrocesso

Anunciado nesta segunda-feira (26) como nome tampão para o Ministério da Defesa, o atual secretário-geral da Pasta, general Joaquim Silva e Luna, será o primeiro militar a comandar o ministério desde sua criação, em 1999. A indicação, no entanto, foi criticada pela vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Para ela, a indicação do general “quebra simbolismo” da Pasta e pode gerar desequilíbrio entre as Forças Armadas.

Por Christiane Peres

Jandira - Richard Silva/PCdoB na Câmara

“Considero um grande retrocesso um general ir para a pasta da Defesa Nacional. O ministério foi criado exatamente para ter um civil, demarcando a redemocratização e compondo com os comandantes das três Forças dentro da política geral de defesa e estratégia nacional. Além de romper este simbolismo, a decisão deste governo submete a Marinha e a Aeronáutica ao Exército, estabelecendo um desequilíbrio inexplicável”, afirma a parlamentar.

General de quatro estrelas desde 2011, Silva e Luna passou os últimos anos no primeiro escalão do Ministério da Defesa. Desde outubro de 2015, ele ocupava o cargo de secretário-geral da Pasta, o que o credenciou para assumir o ministério interinamente, enquanto o governo não encontra um nome civil que “agrade” o mundo político e não cause atrito com os militares.

Joaquim Silva e Luna assume a Defesa interinamente, enquanto Raul Jungmann – então responsável pela Pasta – comandará o novo Ministério da Segurança Pública, que será criado por meio de medida provisória ainda nesta segunda-feira.

A escolha de Jungmann foi uma solução caseira do Palácio do Planalto, diante da dificuldade de encontrar um nome externo. Além disso, ele vem acumulando ações constantes na segurança pública em vários estados desde que assumiu a Defesa Nacional no governo de Temer. Agora, o novo ministério será responsável pela coordenação de todas as ações de segurança pública do país.