Ao sair da disputa, oposição venezuelana boicota processo eleitoral

Sem nenhum interesse em contribuir para a estabilidade política da Venezuela, a coalizão dos partidos da oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciou na quarta-feira (21) que não vai participar das eleições presidenciais em 22 de abril.

Mesa da Unidade Democrática - Venezuela - Divulgação

Em meio à profunda crise política e econômica que o país enfrenta, as eleições foram convocadas pela Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de devolver a estabilidade democrática necessária para retomar o desenvolvimento nacional. No entanto, a oposição, que venceu apenas 2, das 18 eleições realizadas nos últimos anos, decidiu se retirar do processo, justamente por perceber que, não será através das urnas a retomada do poder.

A MUD acusa o governo de Nicolás Maduro, que encerra o mandato este ano, de ter feito uma convocação prematura para as eleições, evitando assim, que a oposição se preparasse para o processo. "O evento prematuro e incondicional anunciado para este 22 de abril é um show desse governo para mostrar uma legalidade que não tem […] Estas não são eleições, nosso objetivo é conseguir eleições reais o mais rápido possível", afirmou o deputado da oposição Ángel Oropeza, em conferência de imprensa da sede do MUD.

Por outro lado, o parlamentar disse que, "se as condições forem cumpridas", a oposição estaria disposta a participar das eleições.

Contudo, de acordo com o cronograma estabelecido pelo Conselho Nacional Eleitoral, os candidatos serão nomeados online de 24 a 26 de fevereiro, e a apresentação perante o Conselho Nacional será nos dias 26 e 27 desse mês.

Enquanto isso, a admissão ou rejeição de pedidos terá lugar entre 26 de fevereiro e 1 de março. Então, se os principais partidos de oposição não mudarem de ideia nos próximos dias, eles terão deixado de registrar candidatos.