Corrêa diz desconhecer vínculo entre Petrobras e reformas em sítio

O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) prestou depoimento nesta quinta-feira (22), ao juiz federal Sérgio Moro como testemunha de acusação no processo sobre as ditas reformas do sítio de Atibaia, que a Operação Lava Jato atribui ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Cristiano Zanin Martins - Paulo Pinto / AGPT

No depoimento, Corrêa afirmou que desconhece vínculo entre Petrobras e reformas em sítio, como acusa o Ministério Público Federal de Curitiba.

"Eu não tenho nenhum conhecimento de reforma feita no sítio de Atibaia. Eu sabia que o presidente Lula tinha um sítio em Atibaia, porque as pessoas diziam que iam lá jogar futebol, visitar o presidente. Mas eu não tinha conhecimento, nunca fui nesse sítio de Atibaia e não sabia nem o nome do sítio. Na verdade, na verdade, eu não tinha, eu sabia que os contratos tinham propina porque nós recebíamos propina da Diretoria de Abastecimento", declarou.

O advogado de defesa de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que o depoimento do ex-deputado reforçou a improcedência da denúncia oferecida contra o ex-presidente no caso que trata de supostas obras em um sítio de Atibaia.

"Correa admitiu que jamais teve conhecimento de qualquer vínculo entre os oito contratos da Petrobras indicados na denúncia e supostas obras realizadas nessa propriedade rural", enfatizou.

Zanin relata que no momento que que Corrêa fez referência a um sítio no interior de São Paulo foi questionado: 'o senhor ouviu falar só que o ex-Presidente tinha um sítio, é só isso?'. Corrêa respondeu: "É verdade, é só isso".

O advogado ressaltou que Lula é proprietário de um sítio em São Bernardo do Campo (SP), chamado 'Los Fubangos', como consta em sua declaração de Imposto de Renda. Já o sítio de Atibaia pertence à família Bittar.

Zanin ressaltou ainda que o juiz Sérgio Moro aceitou ouvir Pedro Correa como testemunha mesmo após ser alertado pela defesa de Lula de que o ex-deputado já havia sido condenado na Ação Penal 470 ('Mensalão'), teve o mandato parlamentar cassado em 2006 por quebra de decoro parlamentar, além de ter sido condenado pelo próprio Moro em outra ação penal.

"O mesmo juiz Sérgio Moro negou em três oportunidades ouvir o advogado Rodrigo Tacla Durán como testemunha arrolada pela defesa de Lula sob o fundamento de que a palavra de pessoa envolvida em crimes 'não é digna de crédito' O advogado não sofreu qualquer condenação, ao contrário de Correa', salientou Zanin, evidenciado a parcialidade do juízo.