Com PSB e PCdoB, Lula terá oito minutos e 22 segundos na TV

As alianças tradicionais do PT, com o PSB e PCdoB, renderiam a Lula 8 minutos e 22 segundos de programa eleitoral de rádio e TV. O tempo de televisão de cada partido é calculado de acordo com o tamanho da bancada que tomou posse no in

As investidas do PT para conseguir o apoio formal do PMDB à possível candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem render mais do que uma aliança de peso em torno do petista. O PT precisa do PMDB para esticar o tempo que o presidente Lula terá na campanha para propaganda política.

Sem o apoio do PMDB, Lula terá menos tempo do que o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Até agora, pelo menos, o tucano conseguiu mais tempo na rádio e TV do que Lula, mas a diferença é pequena.

A aliança com o PFL garantiu a Alckmin 9 minutos e 2 segundos para sua campanha de rádio e TV, que será levada ao ar a partir de 15 de agosto. Esse tempo não leva em conta o período adicional que é distribuído igualmente para cada candidato.

Pela legislação, serão divididos entre todos os postulantes 16 minutos e 40 segundos por dia de programa. Se houver quatro os candidatos, por exemplo, o tempo total da aliança PSDB-PFL será de 13 minutos e 12 segundos.

Sem o apoio dos pefelistas, Alckmin teria apenas 4 minutos e 4 segundos de programa partidário no rádio e na TV. Esse período é menor que o tempo que o PT tem sozinho para seus programas de rádio e TV: 5 minutos e 44 segundos.

O tempo da campanha de rádio e TV de cada partido faz parte de um levantamento da assessoria jurídica do PPS que a Folha Online teve acesso. O PFL –que indicou o senador José Jorge (PE) para ser o vice na chapa de Alckmin– agregou 4 minutos e 58 segundos de tempo de TV e rádio para a candidatura do tucano.

Para conseguir mais tempo de programa eleitoral gratuito do que Geraldo Alckmin, Lula terá que conseguir o apoio formal do PMDB à sua candidatura. As alianças que vem sendo negociadas pelo petista — com PCdoB e PSB– não garantem a Lula mais exposição do que Alckmin.

Uma coligação apenas com o PMDB levaria Lula a ter 10 minutos e 16 segundos –sem considerar o tempo igualitário para todos os candidatos. Desse tempo, 4 minutos e 32 segundos são do PMDB e 5 minutos e 44 segundos do PT.

Caso venha a concretizar a coligação com o PSB e o PCdoB, a campanha de rádio e TV do petista subiria para 12 minutos e 54 segundos com o reforço do PMDB. Com isso, Lula conseguiria ultrapassar Alckmin no tempo de exposição no horário gratuito de rádio e TV.

Aliados tradicionais

As alianças tradicionais do PT, com o PSB e PCdoB, renderiam a Lula 8 minutos e 22 segundos de programa eleitoral de rádio e TV.

Como o PMDB ainda não definiu se terá ou não candidato próprio, os tucanos e pefelistas ainda apostam numa virada do desempenho de Alckmin a partir do início da campanha eleitoral na rádio e TV. "Quando o programa eleitoral começar, nós vamos crescer nas pesquisas", avalia o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), um dos coordenadores da campanha do PSDB.

O cenário pode melhorar ainda mais para Alckmin caso PSB decida não apoiar formalmente a candidatura do presidente Lula. O comando do partido quer a coligação, mas ainda enfrenta a resistência de alguns diretórios. Com o apoio apenas do PCdoB, Lula terá apenas 6 minutos e 34 segundos de tempo de rádio e TV.

Se o PT fechar uma aliança com PMDB, PSB e PCdoB, terá 3 minutos e 52 segundos de vantagem sobre o tucano em tempo de exposição na campanha eleitoral.

Distribuição

O tempo de televisão de cada partido é calculado de acordo com o tamanho da bancada que tomou posse no início da Legislatura –1º de janeiro de 2003. No último pleito, o PT elegeu o maior número de deputados federais (91), o que garantiu ao partido o maior tempo de propaganda eleitoral. Na seqüência aparecem PFL, PMDB e PSDB.

Os candidatos ainda têm direito a um tempo distribuído igualitariamente pela Justiça Eleitoral. No total os candidatos têm 50 minutos diários de programa, divididos em dois blocos de 25 minutos. Desse tempo, 1/3 é dividido para todos os candidatos e 2/3 proporcionalmente ao número de deputados federais filiados aos partidos desde o início da legislatura.

Fonte: Folha Online