Embraer nega negócios com Boeing, mas admite diálogo

 Fabricante brasileira diz que não tem como comentar previsão sobre potencial combinação de negócios com norte-americana, mas afirma que estão sendo feitas discussões neste sentido.

Super-Tucanos do Brasil - Embraer

 Os papéis da Embraer dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo, logo após sair na imprensa que a fabricante brasileira deverá selar contrato com a norte-americana Boeing. A informação foi divulgada primeiro nesta quinta-feira (01) no Correio Braziliense em reportagem que afirmava que, ainda naquele dia, seria anunciada uma proposta para o governo brasileiro consolidar o casamento, mantendo a Golden Share (ação especial, com direito a veto) da União apenas na área de defesa da companhia.

Segundo o jornal, a Boeing estaria disposta a investir US$ 6 bilhões para adquirir a Embraer, mas o controle continuaria nacional e a marca não sofreria alterações. O governo concordando, a conclusão do negócio se daria em, no máximo, um ano.

Já, nesta sexta-feira, Miriam Leitão publicou no seu blog do jornal O Globo que a Embraer teria aceitado uma nova proposta da Boeing para criar uma terceira empresa. Mas logo em seguida, a fabricante brasileira declarou, por meio de comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que ainda não possui nenhum modelo de negócios ou valores para concluir a transação, mas que estão sendo negociadas formas de combinação com a norte-americana.

Ainda, segundo comunicado da fabricante, "quando e se" for definido um acordo, ele estará sujeito a aprovação tanto do governo brasileiro, quanto dos órgãos reguladores. E admitiu que, em conversas com o grupo de trabalho, incluindo membros do governo, estão sendo discutidas formas para uma eventual combinação de negócios, "sem que nenhuma delas constitua efetivamente oferta ou proposta para concretização do negócio, mas tão somente um arcabouço de discussão com vistas a orientar os entendimentos".

Quanto ao valor mencionado no Correio Braziliense, a Embraer respondeu que não tem condições para se manifestar por falta da definição sobre “combinação de negócios”.