Número de mortos por policiais dobra no governo Alckmin

O número de pessoas mortas pelas polícias Civil e Militar duplicou durante a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, entre 2011 e 2017. Apenas durante o o governo do tucano, o aumento foi de 96%.

violência policial agência brasil

De acordo com informações do Uol, o número de mortos pela polícia Civil e Militar no estado de São Paulo é o maior registrado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) desde o início do levantamento em 1996.

Somente na gestão Alckmin (2011 a 2017), foi registrada alta 96% nas mortes ocasionadas por policiais. Em 2011, as polícias mataram 480 pessoas e em 2017, o número salta para 939 mortos.
Enquanto isso, o número de policiais civis e militares mortos no estado, em serviço e em folga, teve queda. De 73 em 2011 mortes para 60 em 2017, diminuição de 17%.

Em entrevista ao Uol, o professor de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Rafael Alcadipani disse:

“Mesmo com esse aumento da letalidade policial, a gente não tem visto uma melhora expressiva dos indicadores [da criminalidade] nesses anos todos". "Os índices estão melhorando agora no fim do mandato por uma questão econômica. Isso mostra que matar não resolve o problema", analisou.

Outros números despontam nessa publicação disponibilizada nesta quinta-feira (01) pelo Diário Oficial do Estado e pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública). Desde 2011, o número de roubos subiu 29%; o de estupros, 6,6%; e o de roubos seguidos de morte, 2,7%. Durante a gestão tucana, apenas o número de vítimas de homicídios dolosos (com intenção de matar) teve queda de 20,4%.

Já para a socióloga Camila Nunes Dias, professora da UFABC (Universidade Federal do ABC) e colaboradora do NEV-USP (Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo) afirma que "a relação da letalidade policial deixa muito claro que não tem relação com o número de crimes em si. Como uma suposta reação das polícias à atividade dos criminosos. Especialmente quando a gente pega o crime que mais tem relação com isso, que é o homicídio”, relatou ao portal de notícias.