Aposentados levam 2 mil à av. Paulista contra a reforma da Previdência

A escola de samba "Unidos dos Aposentados" realizou um desfile-protesto na avenida Paulista, ocupando o asfalto nesta terça (30) com uma vibrante e irreverente manifestação contra a reforma da Previdência. Cerca de dois mil aposentados participaram do ato ao som do samba-enredo “Quem lutou a vida inteira, exige mais respeito”.

carnaval de protesto contra reforma da previdencia sindicato dos aposentados - Força Sindical

O Carnaval de Protesto 2018, organizado pelo Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi/Força Sindical), resolveu inovar na forma de protestar e montou uma verdadeira escola de samba, para expor suas reivindicações à sociedade.

Segundo o presidente do Sindicato, Marcos Bulgarelli, a ideia de fazer o desfile-protesto foi uma forma de encher de cores a avenida e chamar a atenção da sociedade e dos governantes. “O objetivo é dizer que os aposentados não aceitam a reforma da Previdência”, afirma.

“Não adianta o presidente Temer fazer terrorismo, tentando convencer o povo que daqui dois anos não terá mais dinheiro pra Previdência. Sabemos que isso é mentira. Nossa obrigação é ir pra rua e mostrar que isso tudo só vai prejudicar os trabalhadores”, acrescenta Bulgarelli.

Protesto nas alas

O desfile teve seis alas temáticas, identificadas por cores, com 300 componentes cada. Os manifestantes empunhavam cartazes e bandeiras, expondo as reivindicações do segmento. A Comissão de Frente, na cor laranja, foi formada por lideranças sindicais.

Para o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD/SP), é tradição a categoria fazer protestos em janeiro, para comemorar o Dia Nacional dos Aposentados – celebrado dia 24. “Mas este ano tem um motivo especial, que é a reforma da Previdência. Estamos mostrando que não vamos aceitar essa reforma e vamos lutar pra rejeitá-la no Congresso, caso o governo insista em votar”, afirma.

A Secretaria da Mulher da Força Sindical, Maria Auxiliadora dos Santos, destacou que as mulheres serão as maiores prejudicadas com a reforma. “Nós já ganhamos salario menor, equivalente a 30% a menos do que o homem. E ainda vem a reforma previdenciária que vai tirar o restante. As que chegarem à aposentadoria terão um salário miserável”, denuncia.

Compra de votos para aprovar reforma

“É preciso a sociedade se mobilizar contra a reforma. Se ela fosse boa, Michel Temer não estava pagando para os parlamentares votarem. O movimento sindical precisa mobilizar mais a sociedade e as bases e colocar o povo na rua. É preciso mudança”, diz o metalúrgico José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato da categoria em Guarulhos.

Sérgio Luiz Leite, presidente da Federação dos Químicos do Estado de São Paulo, assinala que essa luta “é dos aposentados e dos trabalhadores da ativa”. “Vamos continuar a luta para impedir a proposta e a votação da reforma da previdência”, frisa.