Em Davos, Lula era estadista global; Temer fala para auditório vazio

A recente participação do Brasil no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, expôs ao mundo novamente a irrelevância em que se transformou o Brasil no mercado mundial. Oito anos atrás, no entanto, o Brasil tinha protagonismo no encontro.

Lula e Temer em Davos

No dia 29 de janeiro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje sofre uma caçada judicial e midiática sem precedentes no País, participou do Fórum Econômico de Davos e se tornou o primeiro chefe de Estado a receber o prêmio de Estadista Global.

O prêmio foi uma homenagem pela atuação de Lula em vários setores, como do meio ambiente, erradicação da pobreza, redistribuição de renda e paz mundial , com o objetivo de melhorar a situação do planeta.

Na ocasião, Lula afirmou: "Eu vou lá com orgulho de quem tem o que dizer. A história era que em 2003 eu não conseguiria governar, agora vou dizer que foi um torneiro mecânico que mais criou escolas neste país, vou lá dizer que não devemos mais ao FMI, que eles nos devem US$ 14 bilhões", disse o ex-presidente. O prêmio, no entanto, foi entregue ao chanceler Celso Amorim, que representou Lula na ocasião.

Oito anos depois, o Brasil sofreu um golpe parlamentar e judicial que retirou a presidente Dilma Rousseff sem comprovação de crime de responsabilidade e tem sua economia e imagem arrasada pela política de Michel Temer, acusado de crimes de corrupção, organização criminosa e obstrução da Justiça.

Na edição deste ano do Fórum de Davos, Temer discursou praticamente para ninguém. Apenas um terço da lotação do local foi preenchida. Para efeito de comparação, a palestra do premiê indiano, Narendra Mod, estava esgotada. O discurso do presidente da República costuma mobilizar toda a delegação empresarial de um país. Mas no caso de Michel Temer, nenhum empresário ou líder internacional quer sair na foto com ele.