Jornal italiano sobre o julgamento de Lula: "a direita comemora" 

O jornal comunista italiano Il Manifesto publicou uma matéria na manhã dessa quarta-feira (24) em que considera o julgamento de Lula "uma brincadeira com a democracia brasileira"; reafirma, ainda, que a condenação do ex-presidente faz com que "o golpe de 2016 será concluido". Guardian e New York Times também deram notícia 

Lula no jornal italiano Il Manifesto

O jornal ainda afirma que, para o Brasil, foi fechado um ciclo político que "apesar dos erros" (referindo-se a iniciativas neoliberais e algumas alianças feitas com conservadores pelo PT), "foi responsável por dar esperança a milhares de pessoas em situação de pobreza e desprivilegiadas".

Após explicar e fazer uma análise do processo, o jornal afirma "não existir nenhuma prova concreta que ele [Lula] é o proprietário do apartamento", lembrando que tudo é baseado nas delações premiadas. 

O jornal comunista denuncia ainda o perigoso "lawfare" no caso de Lula, isso é, a judicialização da política, por meio do emprego de manobras jurídico-legais visando alcançar objetivos políticos.

Após o julgamento, os jornais The Guardian e New York Times também notíciaram a condenação de Lula. O inglês Guardian lembrou que Lula foi antes julgado por Moro, "um juíz de campanha"; além disso, falou sobre o apoio dos militantes de movimentos sociais ao ex-presidente, citando uma frase que Lula proferiu antes do julgamento, durante um discurso: "eu não estou preocupado comigo, estou preocupado com o povo brasileiro". 

Na terça-feira (23), véspera do julgamento, o NYT já havia publicado uma matéria com o título de "A democracia do Brasil empurrada para o Abismo", onde escreveu que seria uma "calamidade" impedir Lula de se candidatar, uma vez que o ex-presidente aparece com larga vantagem nas pesquisas de intenção de voto. Nessa quarta-feira (24), após a condenação pelos três desembargadores, o jornal norte-americano deu a notícia 

O jornal ainda lembra que o possível impedimento de Lula em se candidatar (ainda há como concorrer) levanta dúvidas sobre a legitimidade das eleições presidenciais, uma vez que "Mr. da Silva conquistou uma significativa e larga liderança" nas pesquisas de intenção de voto. O veículo norte-americano escreveu ainda que "políticos experientes e acadêmicos brasileiros tem avisado" de que "impedir Lula de concorrer nas eleições irá minar ainda mais a fé na jovem democracia do país, que tem sido desestabilizada desde o impeachment de Dilma Rousseff e pelo extenso inquérito à corrupção conhecido como Lava Jato".