Cresce assustadoramente o número de assassinatos de LGBTs no Brasil

De acordo com o relatório "Pessoas LGBT Mortas no Brasil" do Grupo Gay da Bahia (GGB), divulgado nesta quinta-feira (18), apresenta dados relevantes sobre as dificuldades da população LGBT no país. Em 2017 ocorreram 435 mortes de LGBTs, crescimento de 30% em relação a 2016, com 343 casos registrados. Acesse e leia o relatório completo AQUI.

Por Marcos Aurélio Ruy para o Portal CTB

Estudos recentes mostram que o Brasil é o país onde mais se mata LGBTs no mundo. “A cada ano a situação dessa população fica mais difícil com o avanço de ideias extremamente conservadoras”, diz Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da CTB.

Ela reforça a necessidade urgente de aprovação de um projeto de lei que criminaliza a homofobia e está arquivado no Congresso Nacional há 12 anos. “É fundamental que providências sejam tomadas para impedir essa violência contra parcela da população brasileira, por mero preconceito”, emenda.

A pesquisa feita com base em notícias da mídia e relatos pessoais mostra que uma pessoa LGBT é assassinada a cada 19h no país. As mortes vêm crescendo ano a ano. Em 2000 foram 130 assassinatos, em 2010, 260 e agora 435, mais do que o triplo do que 17anos atrás.

Relatório da organização não governamental Human Rights Watch, divulgado também nesta quinta, destaca que a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos recebeu 725 denúncias de violência e discriminação contra LGBTs somente no primeiro semestre de 2017.

“É muito assustador o que está acontecendo no país, onde os direitos básicos da pessoa humana estão sendo desrespeitados sem o menor pudor. Parece que a liberdade apavora e querem controlar a sexualidade de todas as maneiras e se não conseguem então matam”, afirma Vânia.

O estudo do GGB mostra que os crimes são carregados de ódio chegando a mortes por asfixia, apedrejamento, degolamento, desfiguração de rosto e espancamentos.

“O assassinato da travesti Dandara, em Fortaleza, em fevereiro do ano passado é a maior prova da barbárie predominante em nossa sociedade”, afirma Vânia. Por motivo fútil, ela foi espancada, apedrejada e depois morta a tiros por oito pessoas. O crime virou símbolo da luta contra a homofobia no país.