Metroviários de São Paulo fazem greve contra a privatização

Em assembleia geral realizada na noite de quarta-feira (17), os metroviários de São Paulo decidiram entrar em greve a partir da zero hora desta quinta-feira (18). A paralisação é por 24 horas, envolve 80% da categoria e não atinge a Linha 4.

greve metroviarios - Foto: Portal CTB

Os trabalhadores protestam contra a privatização das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro, cuja leilão será realizado sexta-feira (19), na Bolsa de Valores. Na semana passada, dirigentes da Fenametro, federação nacional da categoria, protocolaram ação para tentar suspender o leilão. Está programado um protesto para sexta, a partir das 9h, diante da Bolsa, na região central de São Paulo. Por meio de rede social, logo depois da assembleia dos trabalhadores, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) informou que entrou com ação pedindo a suspensão do leilão.

“É uma greve para denunciar um projeto completamente deturpado, viciado, que favorece determinados grupos econômicos”, afirmou, ao final da assembleia, o coordenador-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Wagner Fajardo. Segundo ele, é um movimento “principalmente em defesa de um transporte público, estatal, de qualidade e que atenda aos interesses da população”.

Segundo os metroviários, o processo de licitação das linhas foi direcionado, estabelecendo condições que só uma empresa, a CCR, pode cumprir. O governo nega e diz acreditar em concorrência. Ainda de acordo com os trabalhadores, o lance inicial previsto no leilão (R$ 189,6 milhões) não chega a cobrir sequer os investimentos iniciais do Estado – e será financiado com dinheiro público, por meio do BNDES.

Paralisação

Flavio Godói, secretário de Formação do Sindicato dos Metroviários, informa que 80% da categoria aderiram à greve e convocou para a mobilização nesta sexta, às 9h, em frente à Bolsa de Valores, no centro de São Paulo. “Faremos uma grande denúncia deste processo de cartas marcadas que é a privatização das linhas Ouro e Lilás do metrô”, afirma o dirigente. Nesta quinta (18) o metrô de São Paulo opera parcialmente, com funcionamento reduzido das linhas Azul, Lilás, Verde e Vermelha.

“A luta em defesa do patrimônio público seguirá firme em São Paulo e a CTB estará na linha de frente desta batalha”, diz Adilson Araújo, presente à mobilização dos metroviários nesta quinta-feira no Pátio Itaquera.

Segundo o Rene Vicente, presidente da CTB-SP, a greve teve boa adesão na cidade e ele alerta para os prejuízos que a venda das linhas 5 e 17 do metrô trará à população de São Paulo.

“A CTB estará presente também protestando contra a entrega deste patrimônio público à iniciativa privada. É importante que a população faça este debate e estamos aqui protestando para que o metrô continue sendo um serviço de utilidade pública e que tenha tarifas acessíveis”, diz Vicente.