Contee: Pressão na Câmara para barrar reforma da Previdência

As dificuldades que o governo de Michel Temer e a base aliada enfrentam para conseguir os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência Social devem servir de combustível para os movimentos sociais e sindicais conseguirem apoio na Câmara pela rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016. É o que pensa o coordenador da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Gilson Reis.

gilson reis contee e ctb

Na terça-feira (17), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, admitiu que se a reforma não for votada em fevereiro “não vota mais”. “É a confissão de que podemos barrar essa reforma nefasta. Vamos reforçar nossa mobilização", defendeu o dirigente da Contee. O debate da proposta de reforma está previsto para acontecer a partir do dia 19 de fevereiro.

De acordo com Gilson, a Contee será uma das entidades que realizará visitas aos gabinetes dos deputados a partir do dia 2 de fevereiro, quando serão retomados os trabalhos no Congresso Nacional. "Sabemos que a composição do Congresso é majoritariamente patronal e conservadora. Mas este é um ano eleitoral e os parlamentares precisam de votos para a reeleição. As centrais sindicais estão unidas e, com a participação de nossa Confederação, irão pressioná-los a não trair os interesses dos trabalhadores”.

Na opinião do coordenador da Contee, é fundamental a mobilização permanente dos sindicatos. “O governo, os empresários e a mídia estão também pressionando os parlamentares. No dia 11, a agência de avaliação de risco internacional Standard & Poor’s rebaixou o grau de investimento do Brasil do nível BB para o BB-. Isso está sendo usado para forçar a aprovação da reforma da Previdência. Trata-se de um terrorismo a mais para empurrar reformas que de outra maneira o governo não conseguiria aprovar."

O dirigente enfatizou: "Desde que o Governo Temer anunciou a intenção de tirar direitos dos trabalhadores e praticamente acabar com a aposentadoria, que no caso dos professores e professoras ficarão incapacitados de alcançar esse benefício, o movimento sindical denunciou seu conteúdo e mobilizou a população. O governo faz propaganda mentirosa da reforma, mas não tem conseguido enganar a população, que a repudia".