Argentinos exigem liberdade de Milagro Sala 2 anos após sua detenção

Milagro Sala está presa há dois anos acusada de “distúrbio da ordem” e “obstrução de vias”. Ela é a dirigente do movimento Tupac Amaru, cuja principal pauta é a defesa de moradias populares.
Nesta terça-feira, os argentinos farão uma marcha que sai do Obelisco, em Buenos Aires, e segue até o município de Jujuy, ao norte da Argentina, onde Milagro está presa.

Enquanto isso, em Jujuy, na sede da organização Tupac Amaru, os membros da entidade farão uma coletiva de imprensa onde irão pedir justiça e a libertação imediata de todos os presos políticos da Argentina.

A ONU já interviu no caso e exigiu, há mais de um ano, a soltura de Milagro. Há época, deu o prazo de seis meses ao presidente Maurício Macri. Ele não só não deu ouvidos à Organização mundial, como também ignorou o pedido do papa Francisco para libertar a dirigente indígena.

Além de presidir a organização de bairro Tupac Amaru, Milagro Sala também é deputada eleita do Parlasul, o Parlamento do Mercosul. Ela foi a primeira presa política do governo de Maurício Macri, depois outras pessoas envolvidas em organizações sociais também tiveram o mesmo destino.
Nesta segunda-feira (15), Milagro publicou uma carta aberta onde denuncia ser vítima “de operações do poder judicial” argentino e pediu ao povo para seguir na luta “para que as necessidades se convertam em direitos”.

“Eles acreditam que com esta prisão arbitrária nos destruíram. Saibam que estão nos fortalecendo”, disse a líder indígena.

Milagro foi presa no dia 16 de janeiro de 2016 em sua casa, em Jujuy. Depois de passar quase dois anos em uma penitenciária, só em dezembro do ano passado ela foi transferida para casa, onde cumpre prisão domiciliar, devido a complicações de saúde.