“Mas no amor, a gente fica em paz”

Nesta quinta-feira (11) partiu Ruy Faria, fundador do MPB4 e um dos maiores intérpretes e compositores da música brasileira no Século 20. O Teatro Popular Oscar Niemeyer teve a honra de receber este genial artista no ano passado. Talvez tenha sido o último grande show do Ruy Faria.

Por Alexandre Santini

Ruy Faria - André Tertuliano

Pra quem esteve presente, foi um momento histórico. Ruy estava inspirado, de ótimo humor e passeou com elegância pelas pérolas de seu repertório.

O que mais me impressionou foi a humildade e a tranquilidade do cara. Teve um episódio durante o show em que faltava um banquinho ao lado do Ruy para apoiar um copo de água, e enquanto eu na plateia fiquei desesperado enviando mensagens furiosas para a equipe de palco, ele ria e tomava água no gargalo da garrafa, totalmente à vontade.

Talvez por este episódio, talvez pela emoção de estar recebendo um artista como ele no Teatro, ao final do show eu peguei o microfone da cabine e falei da importância do Ruy Faria para a música brasileira, do significado especial daquela noite para todos nós que estivemos ali presentes.


Foto: André Tertuliano



Depois, no camarim, Ruy me recebeu com um abraço e um sorriso largo. Eu só pude dizer, timidamente, que "amigo é para essas coisas" e fazer planos para um reencontro que não chegou a acontecer. O apreço não tem preço. Salve Ruy Faria!
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Ruy Faria morreu na tarde desta quinta-feira (11), aos 80 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada pela ex-mulher dele, Cynara Faria, que não esclareceu a causa da morte.