Ministro Blairo Maggi arremata fazenda por R$ 2,2 bilhões

Para ninguém ter dúvida de que lado o rei da soja está, o ministro da Agricultura de Temer, Blairo Maggi, arrematou pela bagatela de R$ 2,2 bilhões a Fazenda Itamarati, em Mato Grosso, que pertenceu ao antigo rei da soja, o empresário Olacyr de Moraes.

Temer e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, - Clauber Cleber Caetano / PR

Candidato à reeleição para o Senado, Maggi (PP-MT) agora tem uma fazanda de 105 mil hectares, sendo 51,59 mil de área produtiva, com culturas como soja, milho e algodão, além de cerca de 700 funcionários.

Na propriedade há, ainda, 11 pistas para pousos e decolagens, hangar, dezenas de silos e uma vila que abriga centenas de funcionários da unidade. A Amaggi, empresa do ministro, não quis revelar os valores da transação.

O engenheiro agrônomo Blairo Maggi foi durante mais de uma década, o maior produtor de soja do país. Hoje é o terceiro maior. Eleito governador do Estado de Mato Grosso em 2002, foi reeleito em 2006 e deixou o cargo para concorrer ao Senado.

Atualmente, a gestão de sua empresa, a um conselho administrativo presidido por Pedro Jacyr Bongiolo. Em maio de 2016, assumiu o Ministério da Agricultura e, desde então, tem sido o ministro dos sonhos da bancada ruralista e do agronegócio, emplacando uma série de retrocessos no campo.

Foi ele quem propôs o alívio das dívidas previdenciárias dos ruralistas, reduzindo o orçamento para a reforma agrária e demarcação de terras indígenas e quilombolas em 2018.

Em 2017, o governo Temer retomou a discussão do PL 4059/2012, de autoria de Maggi, que pretende liberar a venda de terras para empresas estrangeiras, assim como empresas nacionais com participação de capital estrangeiro, o que é vetado pela Constituição.

Os movimentos populares afirmam que a proposta ameaça a soberania nacional, que comprometeria os recursos naturais e a reforma agrária. A proposta ficou paralisada por divergências entre integrantes do governo quanto à forma e ao conteúdo do projeto.