Equador elege nova vice-presidente, após destituição de Glass

A Assembleia Nacional do Equador escolheu neste sábado (6) a nova vice-presidente do país. Com 70 votos a favor, María Alejandra Vicuña, da coalização governista Aliança Pais, foi empossada no cargo após ser eleita entre três nomes que o presidente Lenín Moreno havia proposto.

María Alejandra Vicuña - Divulgação

Vicuña já ocupava o posto de vice-presidente temporariamente desde outubro de 2017, quando se deu o afastamento do ex-vice-presidente Jorge Glas. A eleição da nova vice ocorreu após Glas ter sido destituído do posto por "abandono de cargo". Por ter ficado mais de 90 dias sem exercê-lo, por estar preso, o posto foi declarado vago.

O agora ex-vice-presidente foi condenado a seis anos de prisão sob a acusação de ter recebido propina de cerca de US$ 14 milhões da Odebrecht para obras e licitações no Equador. Glas nega todas as acusações. “Este foi um processo repleto de irregularidades. Não se respeitou o princípio de presunção de inocência e me deixou impossibilitado de me defender ao negar informações fundamentais para minha defesa”, disse Glas, em nota divulgada em outubro do ano passado.

María Alejandra Vicuña mencionou diálogo e unidade, convocando "as organizações políticas e sociais com que temos caminhado esse tempo a apostar na unidade e no diálogo como ferramentas fundamentais para continuar com grandes desafios".

"Não trairemos a confiança que o povo depositou mediante o instrumento mais poderoso que o cidadão possui: o respaldo nas urnas a um projeto político que alcançou transformações profundas", disse, durante sua posse na Assembleia Nacional.

A nova vice-presidente já ocupou duas vezes o cargo de deputada da província de Guayas, entre 2009 e 2013, e 2013 e 2017. Também foi gerente de marketing do Ministério do Turismo do Equador entre 1997 e 2000.

A presidente da Comissão de Fiscalização do Equador, María José Carrión, declarou que a mesa não irá mais analisar e julgar o caso de Glas. Segundo a parlamentar, a Constituição do país não permite que a Comissão analise o caso, uma vez que ele não desempenha mais suas funções públicas.

Glas foi condenado em dezembro de 2017 a seis anos de prisão por suposto recembimento de propinas da construtora brasileira Odebrecht. A Comissão de Fiscalização iria analisar as provas apresentadas pelo ex-vice-presidente.