Argentina fecha 2017 com a pior avaliação cidadã dos últimos anos

De acordo com a pesquisa divulgada nesta semana pelo Centro de Estudos de Opinião Pública (Ceop), sete a cada dez argentinos desaprovam a situação política e econômica do país. O governo do neoliberal Maurício Macri fecha o ano com cifras preocupantes, 57,4% da população avalia como negativo o panorama em seu próprio lar em decorrência das medidas governamentais.

Manifestação na Argentina - AFP

A mesma pesquisa mostra que só 25% dos argentinos acreditam que serão feitos investimentos no país, e mais da metade assegura que a inflação vai piorar. Avaliam também que não haverá evolução nos salários, no combate ao desemprego e à insegurança.

Em 2017 o governo de Macri obteve bons resultados nas eleições legislativas e o usou para, imediatamente, aplicar novos reajustes. Além disso, seguiu em frente com reformas antipopulares, entre elas, a trabalhista. Houve aumento ainda nas tarifas de serviços básicos como transporte, gás e combustíveis.

"Tudo isso gerou um contexto adverso entre a opinião pública e o certo é que o governo está pagando um altíssimo preço por estas novas políticas de ajustes e reformas", afirmou o sociólogo Roberto Bacman, responsável pela pesquisa do Ceop.

Mudança drástica

Em dezembro de 2015, quando Macri foi eleito, 56,6% dos argentinos eram otimistas quanto à chegada de investimentos no país. Já em dezembro de 2016, esta cifra caiu para 27,9% e este ano baixou ainda mais, para 25,4%.

"Trata-se de um número muito negativo para um governo cujo eixo central de comunicação é transmitir que se passa por momentos de ajustes, mas que logo chegarão os investimentos", avaliou o sociólogo.