Temer ignora 12,3 mil desempregados e diz que reforma criou empregos

Surfando nas onda das ficções natalina, Michel Temer tenta criar um mundo imaginário de vantagens promovidas pela suas reformas. Durante cerimônia nesta quarta-feira (27), Temer disse que, a exemplo da reforma trabalhista, a resistência contra a reforma da Previdência será superada.

Por Dayane Santos




Michel Temer - Adriano Machado/Reuters

"Vamos aprová-la em fevereiro", afirmou, durante a cerimônia de assinatura do decreto que cria a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Segundo ele, as críticas às mudanças na legislação trabalhista estão sendo superadas na medida em que novas vagas são geradas no mercado de trabalho.

“De igual maneira, foi o caso da modernização das leis trabalhistas. As pessoas insurgiram, gritaram e protestaram dizendo que ela tiraria direito de todo mundo. E o que aconteceu ao longo desses quatro meses foi a ocupação de 1,2 milhão de postos de trabalho. Exata e precisamente em função da confiança que se estabeleceu ao longo do tempo. De igual maneira vem agora a história da Previdência”, afirmou. 

Como sempre, a realidade desmentiu Temer. Nesta quarta (27) o próprio Ministério do Trabalho divulgou dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) que apontaram no período foram criados apenas 182 mil vagas, beme menos dos 1,2 milhão citados por Temer.Aocontrário do que disse, 12,3 mil vagas foram cortadas no Brasil, ou seja, houve mais demissões do que contratações. O governo dizia que a reforma trabalhista, em vigor desde 11 de novembro, iria gerar pelo menos 20 mil empregos nesse período.

Usando o toma lá, dá cá para garantir a aprovação de suas medidas no Congresso Nacional, Temer auto-elogiou o que chamou de "perfil reformista" de seu governo.

Temer voltou a defender a reforma da Previdência, afirmando que se trata de um combate a privilégios. Ele disse que àqueles que desejam se aposentar recebendo valores superiores ao teto do INSS, que façam uma previdência complementar.

A previdência privada é o principal beneficiado com a proposta de reforma apresentada por Temer.