Legislativo em 2017 foi um dos piores de todos os tempos, diz analista

Para o analista analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, classifica a produção legislativa deste ano, em termos de qualidade, “uma das piores de todos os tempos”. A despeito da quantidade de proposições analisadas e votadas, diz o especialista em artigo de fim publicado no site Congresso em Foco.

Antonio Augusto de Queiroz, Toninho - Divulgação

Para ele, este ano, parte dos deputados e senadores não só estiveram de costas para o povo, em termos de políticas públicas, como também optaram pelo fisiologismo e pelo compadrio em nome da manutenção de Michel Temer (PMDB) – denunciado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça – no cargo.

“O sentido do republicanismo e da impessoalidade no emprego dos recursos e dos poderes do Estado, na atual sessão legislativa, foi completamente ignorado. Com exceção da queda da inflação e das taxas de juros, é um ano para esquecer, sob todos os demais pontos de vista”, lamenta Antônio, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoramento Parlamentar (Diap), para quem cada voto de plenário foi negociado com o governo em troca de interesses particulares ou corporativos.

No artigo, em que faz um resumo-balanço sobre o que fizeram deputados e senadores neste ano de reformas, o analista diz que o símbolo da relação antirrepublicana do governo Temer com o Congresso é a escolha, no cerrar de cortinas do ano, do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para a articulação política (Secretaria de Governo). Conhecido pelo estilo truculento na defesa não só de Temer, mas do deputado cassado (e preso) Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem foi visitar na cadeia com dinheiro público, Marun

“A sessão legislativa de 2017 foi uma das piores de todos os tempos porque, além de ineficaz do ponto de vista de aprovar políticas públicas relevantes e do atendimento das necessidades do país, viciou os parlamentares numa prática descarada de fisiologismo, a ponto de o novo ministro da coordenação do governo estar condicionando a liberação de recurso aos estados ao apoio de suas bancadas à reforma da Previdência”, acrescenta o diretor do Diap.