Manuela:Estado deve garantir política pública, não tutelar nosso corpo

Do plenário da Assembleia Legislativa, a pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, respondeu em vídeo no seu Facebook alguns questionamentos de internautas. Falou sobre a unidade programática das esquerdas e o julgamento do ex-presidente Lula, marcado para o início do ano. Abordou ainda a presença da mulher em espaços de poder e a luta de resistência do movimento LGBT.

Manuela Davila - Foto: Fernando Udo

Questionada sobre seu trabalho em defesa da comunidade LGBT, Manuela lembrou que tem longa atuação nessa área. “A nossa luta hoje é de resistência à retirada de direitos e à opressão. Mas creio que precisamos dar passos importantes. Um passo é o esforço para o reconhecimento daquilo que é crime. A homofobia é crime e precisa ser tratada como tal”, defendeu.

Segundo ela, contudo, é preciso ir além da criminalização dessa conduta. “O Brasil precisa entender que cada um é dono de seu corpo. O Estado não tem que tutelar nossos corpos, ele tem que servir para garantir políticas publicas eficientes. O nosos Estado hoje é pequeno para garantir o desenvolvimento econômico e os direitos sociais, mas é grande para se meter nos nossos corpos e nas nossas vidas”, criticou.

A pré-candidata abordou ainda os desafios relacionados à participação política das mulheres. Ela destacou que defende cotas para as mulheres no sistema político, como uma forma de ampliar o debate sobre o assunto. Mas avaliou que mais importante é discutir as razões profundas pelas quais as mulheres não participam tanto da política.

“Isso tem a ver com a divisão sexual do trabalho, com nós sermos as responsáveis praticamente excluisivas pelos cuidados doméstico, por buscar o filho na escola e por cuidar dele quando está doente. É importante debater isso, porque, atualmente, muitos políticos e partidos dizem que é preciso dimunuir ainda mais o tamanho do Estado e as políticas sociais. E nós, mulheres, já convivemos com esse Estado em que faltam creches, falta estrutura, falta escola em tempo integral”, disse.

Sobre uma eventual divisão da esquerda, Manuela ressaltou que o que une este campo são as ideias. “Precisamos de uma agenda minima comum para a retomada do crescimento ecnômico, de um projeto mínimo comum de desenvolvimento nacional. Acho que é isos que temos que construir nesse momento, um deabte programático. Não penso que ter mais de uma candidatura nos divida. O que nos une são causas”, avaliou.

A pré-candidata aproveitou para rechaçar a fala de uma policial militar da reserva dos Rio Grande do Sul que ameaçou, nas redes sociais, os militantes que forem a Porto Alegre acompanhar o julagemnto do es-prediente Lula, no dia 24 de janeiro.

“Venham aqui, vocês vão ver o que é o verdadeiro sangue farroupilha. Venham, mortadelas. Venham muitos porque não vai ter "mimimi". Não vai ter choro. É linha, pau, gás e bomba”, disse a sargento da reserva da Brigada Militar, Flávia Cristina Abreu.

Manuela criticou a declaraçà, defendeu o direito à livre manifestação e disse que está atenta à essa situação. “Não pode uma servidora do Estado, paga pelo povo, que pertence a organização séria como a Brigada Militar, ameaçar aqueles que vão manifestar sua opinião”.

Ela disse que conversou com o secretário de Segurança do Estado e pediu providências. “Estamos atentos a essa situação e estamos construindo um deabte sobre o ativismo juducial no dia 24. Eu concorrerei à Presidencia e terei que vencer no voto. Todos têm que construir esse entendimento de que eleição se ganha no voto”, afirmou.