Frota terá que se retratar por dizer que juiz “julgou com a bunda”

O ator Alexandre Frota terá que se retratar por ter afirmado que o juiz Luís Eduardo Scarabelli, Turma Cível do Colégio Recursal Central da Capital, é um “ativista gay” e “julgou com a bunda e não com a cabeça”. A decisão da juíza Tonia Kôruku da 13ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo determina que o artista publique em suas redes sociais um texto subscrito pelo magistrado e que exclua todas publicações que fazem menção a Scarabelli.

Alexandre Frota - Reprodução

Frota havia criticado o juiz pela decisão de rejeitar processo apresentado por ele contra a chefe da pasta de Políticas para as Mulheres do governo Dilma Rousseff (PT), Eleonora Menicucci. A ex-ministra havia afirmado que Frota “não só assumiu ter estuprado, mas fez apologia ao estupro”, ao se referir a uma entrevista de 2015 em que Frota diz ter feito sexo sem consentimento com uma mãe de santo.

Em primeira instância, Menicucci foi condenada a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais a Frota. Mas, em segunda instância, prevaleceu o entendimento do relator, Scarabelli, que absolveu a ex-ministra.

A liminar obriga, ainda, que Frota publique em suas páginas públicas um texto para esclarecer que as postagens foram retiradas do ar por determinação judicial – o ator também terá de ler esse texto informativo no programa de rádio que apresenta. Em caso de não cumprimento da decisão, ele será multado em R$ 1 mil diariamente até o limite de R$ 200 mil.

Os advogados de Scarabelli, Igor Tamasauskas e Débora Cunha Rodrigues, comemoraram a decisão: “Não há dúvidas que o ator Alexandre Frota utilizou de sua condição de pessoa pública e nacionalmente conhecida, fazendo uso de palavras totalmente descabidas e ofensivas na tentativa de retaliar o magistrado. Isso tudo diante da sua discordância com a decisão tomada pelo Colégio Recursal do Juizado Especial Cível Paulista”.