Entidades saaráuis condenam violência da ocupação marroquina

O presidente da Associação de Familiares de Presos e Desaparecidos Saarauis (AFAPREDESA), Omar Abdeslam, condenou no sábado (10) o silêncio internacional diante dos abusos, a opressão, a perseguição e a tortura do povo saaráui nas zonas ocupadas pelo Marrocos, acusando países como a França e a Espanha por seu respaldo à ocupação marroquina

perseguição aos saaráuis

Em sua fala na Conferência Internacional de Solidariedade com a Juventude Saaráui, organizada em paralelo com o IX Congresso da União de Jovens de Saguía El Hamra e Rio de Ouro (UJSARIO), sob o lema “Participação política da juventude”, Abdeslam afirmou que “o povo saaráui é vítima de todos os tipos de abusos, opressão, perseguição e tortura por parte da ocupação marroquina em um silêncio internacional sistemático, e com o apoio da Espanha e da França". 

Recordou também o contínuo espólio dos dos recursos naturais saaráuis pelo ocupante marroquino, embora as resoluções da ONU sejam claras a esse respeito.

O presidente da AFAPREDESA informou que coopera com organizações internacionais para a criação de um banco de dados de DNA para identificar os corpos encontrados em fossa comuns e ressaltou que 15 foram encontrados nas zonas ocupadas.

Por sua vez, o membro da União de Estudantes Saaráuis, Mahfud Mohamed Lamín Bachri, anunciou o lançamento de uma campanha nacional que reúne todos os setores do povo saaráui para a sensibilização sobre o saque dos recursos naturais do Saara Ocidental pelo ocupante marroquino.

O ativista de direitos humanos Hassana Aalia falou sobre a tortura de seus companheiros depois das detenções arbitrárias e julgamentos, expressando sua preocupação pela deterioração da condição de 30 prisioneiros saaráuis que padecem nas cárceres marroquinas.

O ex-preso do Grupo de Gdeim Izik recordou que as zonas ocupadas estão sujeitas a um verdadeiro bloqueio, além da política de exclusão adotada contra os saaráuis. Neste sentido, Aalia fez um apelo à comunidade internacional para levantar o bloqueio imposto às zonas ocupadas do Saara Ocidental.