Denunciada corrida por nova Guerra no Golfo Pérsico 

Conselho Mundial da Paz denuncia a corrida por uma nova guerra no Golfo Pérsico, apoiando a paz justa e exigindo o fim das manobras imperialistas na região


príncipe saudita e Donald Trump - Getty

Os acontecimentos no Oriente Médio, nos últimos meses, tomaram um rumo extremo em direção à militarização e ao conflito direto – e até mesmo o início de uma nova guerra na região, devido à intromissão dos EUA e dos governos saudita e israelense, atiçando a fogueira na região.

Confira na íntegra o comunicado do CMP: 

A recente decisão do Presidente estadunidense Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, sua decisão de se recusar a certificar a aprovação interina do Plano Abrangente de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês); as contínuas declarações provocativas do Premiê israelense Benjamin Netanyahu; a agressão militar israelense em território sírio; e a tentativa do governo saudita de mergulhar o Líbano em uma crise profunda ao forçar o Premiê libanês, Saad Hariri, de visita, a se demitir do seu cargo, acusando o Irã de [implementar] políticas desestabilizadoras relativas ao Líbano, somam para criar uma atmosfera mais perigosa no Oriente Médio.

A essa mistura potente devemos juntar a continuação da agressão imperialista no Iêmen, onde milhares de civis foram mortos e dezenas de milhares de pessoas inocentes estão presas em uma guerra imposta a elas pelos governos reacionários dos países vizinhos e da coalizão liderada pelos sauditas. A “declaração de guerra” contra o Irã pelo governo do Bahrein também representa um evento perigosíssimo que poderia até mesmo envolver outra parte da região em uma guerra devastadora.

É em tal situação tensa que vemos os EUA ativa e diretamente encorajar o desenvolvimento de laços mais próximos e abertos entre os governos israelense e saudita como a ponta de lança de sua potente aliança militar na região, dirigida contra a República Islâmica do Irã. O CMP está seriamente preocupado com as declarações provocativas e as ameaças emanando do imperialismo estadunidense e dirigidas contra o Irã, que tomaram uma dimensão crescentemente perigosa desde que Donald Trump visitou a Arábia Saudita – onde concluiu um enorme acordo bélico de USD 300 bilhões – e, logo, Israel, em maio de 2017.

Há duas semanas, em reunião em Hanói, o Comitê Executivo do CMP declarou sua séria preocupação com as novas ameaças do governo estadunidense e Israel contra o Irã, à luz da possível retirada dos EUA do acordo internacional sobre a atividade nuclear, assinado por seu governo anterior e outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Os riscos de uma intensificação do conflito estão claramente refletidos na vertiginosa deterioração das relações entre a Arábia Saudita e o Irã.

O CMP denuncia contundentemente os EUA, a UE, a OTAN e Israel por desempenharem um papel especialmente negativo nos acontecimentos que espalham a desestabilização, o militarismo e a guerra no Oriente Médio, junto às forças reacionárias que governam a Turquia e as monarquias do Golfo Pérsico (particularmente, a Arábia Saudita, o Catar e os Emirados Árabes Unidos), que ativamente promovem os interesses dos monopólios, usando todos os meios políticos, econômicos de que dispõem. O CMP exige o fim de tudo o que foi mencionado acima e apoia o direito do povo do Oriente Médio a decidir livremente suas questões por si próprio e sem a ingerência externa.

O CMP insta todas as forças do mundo que apoiam a paz a intensificar suas campanhas visando a prevenção de uma nova guerra e aventura militar no Oriente Médio. Defendemos os princípios da Carta fundadora da ONU, que está sendo atropelada e agredida pelo imperialismo.

O CMP reafirma sua solidariedade com o povo do Irã e suas forças amantes da paz, contra qualquer ingerência estrangeira em seus assuntos e em apoio à sua luta pelos direitos sociais, políticos e populares em todas as esferas.

O CMP apela pelo fortalecimento da luta contra as guerras e o militarismo imperialistas, pela paz e o desarmamento, e pela solidariedade com as justas causas dos povos da região.