Agricultores apelam à greve de fome para barrar Reforma da Previdência

A greve de fome dos trabalhadores rurais iniciada na última terça-feira (5) contra a proposta de Reforma da Previdência do governo Temer entrou no sétimo dia nesta segunda-feira (11). O ato político que começou com três agricultores teve a adesão de mais quatro pessoas e promete continuar crescendo não só em Brasília como pelo país.

greve de fome - Divulgação

“Convocamos todas as organizações do campo e da cidade para resistirem à reforma. É hora de tomarmos medidas de sacrifício, mas que serão necessárias para garantir os nossos direitos e em especial para nossas gerações futuras”, disse Maria Kazé, da coordenação nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

O grupo, que estava abrigado na sede da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em Brasília, voltou a ocupar o Salão Verde, da Câmara dos Deputados e promete não descansar até “enterrar a proposta de Temer”.

Desde o dia 5, os agricultores só ingerem água e soro. O médico Ronald Wolff tem acompanhado o grupo e nesta segunda-feira afirmou que “se preocupa com o estado de saúde de algumas pessoas”. Entretanto, o médico disse apoiar a causa. “Essas pessoas estão aqui deixando de comer para que os trabalhadores desse país possam ter seus direitos preservados. Estou 24 horas de plantão por dia cuidando da saúde dessas pessoas que estão lutando por todos nós”, disse.

A agricultora Josi Costa, que está no movimento desde o primeiro dia, se emocionou ao falar sobre o ato, mas enfatizou que a emoção era “de revolta, não de sofrimento”, pelos males causados pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, que trata da Reforma da Previdência.

Apesar das manifestações contrárias, o governo tem anunciado que pretende pôr o tema em votação na próxima semana. “A gente vai permanecer em greve de fome até enterrar essa reforma”, disse Josi.