Cuba expõe avanços sobre a igualdade de gênero

Os avanços atingidos por Cuba nas concepções sobre a igualdade de gênero nos diferentes âmbitos foram destacados no XXXI Congresso da Associação Latino-americana de Sociologia (Asas), que acontece na capital do Uruguai 


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Assim ficou exposto no trabalho "A igualdade de gênero em Cuba: concepções, valorações e práticas", apresentado por Dianelis Díaz Medina, do Centro de Estudos da Federação de Mulheres Cubanas (FMC).

Estes resultados são os dados preliminares da primeira Pesquisa Nacional sobre Igualdade de Gênero, que de conjunto se realizou em outubro e dezembro de 2016 com o Centro de Estudos de População e Desenvolvimento do Escritório Nacional de Estatística e Informação.

De forma geral, apresentaram-se os dados da mostra, não os populacionais, comentou em entrevista a jovem investigadora.

Significou que os resultados mais destacados destes dados têm que ver com os avanços "quanto às concepções com respeito à igualdade de gênero em diferentes âmbitos".

Assinalou que também encontraram determinados desafios nos quais continuarão trabalhando, como os da educação, o casal, a família, a distribuição do trabalho doméstico e o uso do tempo.

A pesquisa, explicou, tem cinco capitúlos com 57 perguntas e oferece uma variedade de resultados nos diferentes espaços sociais.

Díaz assinalou que em correspondência com os dados obtidos há muito o que deve ser trabalhado nos temas da distribuição do trabalho doméstico para o interior das famílias e no uso do tempo, onde "se percebem ainda algumas brechas".

Nesse sentido, detalhou que ainda hoje são as mulheres quem, e sua maioria, realizam as tarefas domésticas nas quais os homens intervêm com menor participação e "aí é onde mais se nota a disparidade de gênero".

Sobre a violência de gênero, expressou que os dados obtidos são percentagens muito baixas, e que a maioria das pessoas não a justifica nem para o homem nem para a mulher.

A maioria dos interrogados não está de acordo com muitos dos mitos apresentados à respeito dessa problemática, e também são "muito baixas" as percentagens de mulheres vítimas de violência.

A mais frequente, afirmou, é a violência psicológica, a qual coincide com outras investigações nacionais e internacionais, mas também é muito baixa.

Em opinião da estudiosa, em Cuba avançou-se em ralação à igualdade de gênero, que muito tem contribuído para que a FMC impulsione o empoderamento feminino com a educação de mulheres e homens, com base na igualdade de gênero. 

Observa-se nas respostas dos entrevistados que ainda se mantêm algumas profissões "mais masculinizadas", o que indica um caminho no qual devemos seguir trabalhando, apontou.

Díaz comentou que em Cuba há muitas leis em favor da igualdade da mulher, e a pesquisa registra, com percentagens muito altas, este reconhecimento e o respeito de seu cumprimento.