MPB 4 lança “O Sonho, a Vida, a Roda Viva- 50 anos ao vivo"

O ano de 2016 foi dos mais produtivos para o MPB4, do alto de seus 50 anos de valiosíssimos serviços prestados à boa música brasileira, ou seja, à MPB – sigla que o próprio quarteto criou e que acabou ganhando vida própria

mpb conjunto

Em maio do ano passado, o grupo, agora formado por Aquiles Reis (voz), Dalmo Medeiros (voz e viola), Miltinho (voz, violão, direção musical) e Paulo Malaguti Pauleira (voz, teclado, direção musical), lançava o CD O Sonho, a Vida, a Roda Viva em três apresentações em São Paulo. Em junho foi a vez do Rio de Janeiro conhecer as canções inéditas de compositores como João Bosco e Guinga, no show que seria registrado quatro meses depois, em outubro, no Sesc Ginástico, com direção de Bernardo Mendonça.

Um ano depois, "O Sonho, a Vida, a Roda Viva MPB4 50 anos ao vivo" está sendo lançado em CD e DVD, pela dobradinha MP,B Discos/Som Livre. Depois de levar a quarta estatueta do Prêmio de Música Brasileira na categoria de Melhor Grupo de MPB, o MPB4 também voltou aos palcos para celebrar o lançamento do álbum nas plataformas digitais, no dia 10 de novembro.

“Depois de O sonho, a vida, a roda viva, veio o show de lançamento do álbum e a gravação do DVD. O título tiramos do verso final da música A voz na distância, do Pauleira”, conta Miltinho. Sobre a formação atual do MPB4, ele comenta: ”Quando o Pauleira substituiu o Magro, estávamos com o trabalho sobre o CD de boleros, Contigo aprendi, que foi o último registro do Magro em estúdio. Ficamos algum tempo prosseguindo com o repertório de show do MPB4 , cantando os arranjos vocais do Magro. Pauleira fez o primeiro arranjo vocal como componente do MPB4 para uma participação no CD infantil de Zeca Baleiro. Em seguida, começamos os ensaios para o CD de 50 Anos no qual dividimos, eu e Pauleira, os arranjos vocais – ele ficou com 7 e eu com 6”.

"O Sonho, a Vida, a Roda Viva MPB4 50 anos ao vivo" reúne canções lançadas no álbum de estúdio (de 2016),como Milagres (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Desossado (João Bosco e Francisco Bosco), Ateu é tu (Rafael Altério e Celso Viáfora), Brasileia (Guinga e Thiago Amud), A ilha (Kleiton Ramil e Kledir Ramil) e A voz na distância (Paulo Malaguti Pauleira).

Não poderiam ficar de fora desse passeio pela MPB do MPB4 alguns clássicos que marcaram a trajetória do grupo, como Roda Viva (Chico Buarque), Cicatrizes (Miltinho / Paulo César Pinheiro), A Lua (Renato Rocha), Partido Alto (Chico Buarque), além de canções fundamentais da música brasileira, como Oração ao Tempo (Caetano Veloso).

Magro Waghabi, responsável pelos arranjos que moldaram a assinatura musical do MPB4, ganha homenagem no show: “Demorou um pouco até absorvermos a perda do Magro, mas resolvemos que tínhamos que prosseguir e perpetuar os arranjos do nosso maestro, diretor musical e arranjado. Em um momento desse show, cantamos com ele a música Navegante, de Sidney Miller, e Canção da América, de Milton Nascimento e Fernando Brant… Amigo é coisa para se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração”, pontua Miltinho.

Um pot-pourri com músicas de Chico, Gonzaguinha, Dori Caymmi, Tom Jobim e do cubano Silvio Rodrigues (em versão de Miltinho), fecha o espetáculo em grande estilo. Acompanhados pela banda formada por Pedro Reis (guitarra e bandolim), João Faria (baixo), Marcos Feijão (bateria) e Ronaldo Silva (percussão), o espetáculo O Sonho, a Vida, a Roda Viva MPB4 50 anos ao vivo" tem direção artística e roteiro de Helton Altman.