Meirelles tenta desmontar ninho tucano e dá um chega pra lá em Alckmin

As eleições de 2018 já começam a provar seus efeitos na base aliada de Michel Temer. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que o governo terá um candidato próprio à Presidência em 2018, e esse candidato não será Geraldo Alckmin (PSDB).

Henrique Meireles - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Meirelles, que não descarta a possibilidade de ser candidato, disse que vai defender o “legado” deste governo. “A minha decisão será tomada no final de março”, informou o ministro.

Segundo ele, o governo deve apoiar quem defenda por completo a atual política econômica, que não seria compatível com o discurso do governador de São Paulo. “O PSDB está tendendo na direção de não apoiar o governo e isso terá consequências no processo eleitoral.”

As declarações de Meirelles não foram bem recebidas pelos tucanos, que já estão em crise com o governo.

“É um desrespeito dele com a bancada federal, que ajudou tanto o governo até agora. Demos mais votos na reforma trabalhista que o partido dele [PSD] e que o partido do presidente Michel Temer, o PMDB. Acho uma ingratidão. O PSDB tem ajudado muito nas medidas importantes e nas reformas”, disse o líder tucano na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), nesta segunda-feira (4), em entrevista à Folha.

“Isso é porque ele é candidato e ele quer agora, obviamente, começar a campanha eleitoral. Começou muito mal. Não é por aí que ele vai conseguir convencer a população brasileira que o PSDB não tem ajudado o governo. Quero ver na hora de pegar os votos lá e conferir”, reagiu Trípoli.

Para o tucano, as declarações de Meirelles se destinam a criar uma cortina de fumaça e o governo colocar a culpa no PSDB por uma eventual não aprovação da reforma da Previdência.

“Acho errada a forma como eles estão dizendo que a culpa de a reforma da Previdência [não ser aprovada] é do PSDB”, disse.