Lançada Frente Parlamentar em Defesa da Eletronorte

Deputados e senadores da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Eletronorte, lançada nesta quarta (29), na Câmara dos Deputados, destacaram a “soberania” e a “questão da água” na região amazônica como as principais preocupações do movimento caso a empresa venha a ser privatizada.

Vanessa Grazziotin defesa da Eletrobras

Com o Plenário 01 da Câmara lotado, foram confirmados os nomes do deputado Zé Carlos (PT-MA) e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), como presidente e vice do colegiado, respectivamente. A Frente já é uma das maiores do Congresso com a adesão de 220 parlamentares.

“Nós precisamos garantir os apoios dos parlamentares que já se posicionaram contra a privatização do sistema e elétrico, a exemplo dos três senadores do Amazonas, e ampliar ainda mais essa lista”, discursou a senadora Vanessa Grazziotin, bastante aplaudida pela plateia formada em grande parte por sindicalistas do setor elétrico.

O presidente do colegiado disse que os trabalhadores da Eletronorte deram “um show de mobilização” para concretizar a formação da Frente Parlamentar. Ele afirmou também que o povo brasileiro está entendendo que, para pagar o golpe, o Governo Temer não poupa as estatais. “Contudo, eles vão ter que nos engolir, pois não permitiremos o desmonte do setor elétrico.

Um documento da Intersindical Norte, que reúne os sindicados de todos os Estados que estão sobre a abrangência da estatal, passou a ser um documento base a ser trabalhado pelo colegiado.

Nele, o debate da soberania é central. Alega-se que ao ser anunciado a venda das distribuidoras da Eletrobras, alguns grupos internacionais, entre eles, a estatal chinesa State Grid, manifestaram o interesse em comprar as empresas deficitárias.

“Tal empreitada evidencia interesses escusos quando se trata do território nacional. O capital estrangeiro terá acesso a inúmeras localidades no interior da Amazônia e será permitida a entrada na maior biodiversidade do planeta”, denunciam as entidades sindicais.

Outra preocupação é a chamada questão da água. Na região está situado o Sistema Aquífero Grande Amazônia (Saga), “um dos maiores do mundo e localizado sob os estados do Pará, Amapá e Amazonas”.

Além disso, a privatização pode acabar com todos os investimentos em pesquisa na região feitos pela empresa. Nos últimos 14 anos, a Eletronorte investiu R$ 250 milhões em diversos programas de inserção regional.

A Frente volta a se reunir na próxima quarta (5) quando será definido, entre outras coisas, o cronograma de ações do colegiado.