Conselho Mundial da Paz discute reforço de ações no Vietnã 

O Comitê Executivo do Conselho Mundial da Paz (CMP) reuniu-se em Hanói, Vietnã, entre 23 e 25 de novembro. Mais de 40 delegados de entidades de 26 países encontraram-se no país de Ho Chi Minh, líder da luta do povo vietnamita por libertação, e reuniram-se com lideranças do movimento da paz, partidárias e nacionais

conselho mundial da paz no vietnã

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) foi representado pelo presidente Antônio Barreto e pela diretora de Comunicação, Moara Crivelente. A presidenta do CMP, Socorro Gomes, enfatizou a urgência da unidade na atual conjuntura.

As mais de quatro dezenas de delegados puderam abordar as situações dos seus respectivos países e regiões e as ações das suas entidades na luta anti-imperialista, propondo ações e discutindo prioridades na atual conjuntura. Os que não puderam participar enviaram seus relatórios e contribuições por escrito.

O anfitrião, o Comitê da Paz do Vietnã (CPV), preparou uma rica programação de visitas e reuniões com lideranças locais e nacionais. No primeiro dia, o programa foi aberto com uma conferência sobre o Centenário da Grande Revolução Socialista de Outubro, na sede da União de Organizações de Amizade do Vietnã, da qual o CPV é membro, enfatizando no serviço prestado pela Revolução e pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas à luta pela paz e pela emancipação nacional.

No último dia, antes da conclusão da reunião, realizou-se também uma sessão solene em firme homenagem ao Comandante Fidel Castro, no primeiro aniversário do seu falecimento, com foco para a sua inspiração para a luta dos povos em resistência anti-colonial e anti-imperialista na construção de uma sociedade emancipada e um mundo mais justo e de paz.

Os membros do CMP tiveram a oportunidade de se reunir com a liderança do Comitê Popular de Hanói (instância similar à Prefeitura), com a presidenta da Assembleia Nacional da República Socialista do Vietnã, Nguyen Thi Kim Ngan, e com o vice-presidente da mesma instância, Uong Chu Luu, que preside ainda o CPV. Na abertura do evento, Luu ofereceu à presidenta Socorro Gomes, ao secretário-geral Thanassis Pafilis e ao secretário-executivo Iraklis Tsavdaridis a condecoração “Pela Paz e a Amizade entre as Nações”.

Em encontro na Assembleia Nacional, a presidenta Ngan recordou a participação histórica do movimento da paz vietnamita no CMP e homenageou a entidade, que manifestou determinada solidariedade ao povo vietnamita em sua própria luta contra o colonialismo francês e o fascismo japonês e, depois, em resistência na guerra com os EUA, da qual o Vietnã saiu vitorioso.

A líder parlamentar também apontou como prioridades da política externa nacional o fortalecimento da paz, a independência, a autonomia, a diversificação, o multilateralismo e uma integração global ativa, e desejou que o Conselho contribua cada vez mais pela unidade das forças da paz, a solidariedade, a estabilidade e o desenvolvimento das nações.

Na mesma ocasião, Socorro Gomes prestou tributo à resistência e à valentia do povo vietnamita nas duas lutas, a anti-colonial e a anti-imperialista, que considerou inspiradoras para os povos e os combatentes pela paz e a soberania em todo o mundo.

Os delegados do CMP puderam visitar a casa do presidente Ho Chi Minh e assistir ao vídeo sobre a sua luta até o seu falecimento, em 1969, no processo de construção do progresso social no país, após a independência, declarada em 1945 e reconhecida quase uma década depois. Os participantes visitaram ainda a estátua de Lênin em Hanói e encontraram-se com a liderança do Partido Comunista do Vietnã.

Relatórios e plano de ações

Na reunião, os delegados puderam apresentar seus relatórios ou avaliações sobre a conjuntura internacional, com foco para suas atividades e propostas. Os coordenadores regionais também informaram sobre as ações e discussões realizadas àquela escala e os compromissos assumidos em suas respectivas reuniões.

A nível institucional, o CMP discutiu o plano de ações para o próximo período e o percurso percorrido pelas entidades membro desde a última Assembleia Mundial da Paz, realizada em novembro de 2016, em São Luís (MA), Brasil.

O foco incidiu no apoio às lutas anti-coloniais ou contra as prolongadas ocupações militares em Porto Rico, Saara Ocidental e Palestina, contra as guerras e agressões lançadas pelo imperialismo estadunidense e europeu e seus aliados regionais, contra a expansão geoestratégica da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a militarização do planeta, as bases estrangeiras e as armas nucleares, os golpes ou tentativas de golpe no leste europeu e na América Latina, a ingerência neocolonial e imperialista na África e na Ásia, entre outros tópicos urgentes.

A presidenta Socorro Gomes enfatizou a urgência da convergência entre as forças da paz, democráticas e anti-imperialistas em um momento de agravados desafios impostos pelas potências hegemônicas, sobretudo os EUA, que buscam, “a ferro e fogo”, na ofensiva, evitar o seu declínio relativo. Socorro denunciou a disseminação das mais de mil bases militares, frotas navais, armas nucleares, a “máquina de guerra” imperialista — a OTAN — e outros instrumentos de agressão, ingerência, exploração, dominação e ameaça contra os quais os povos devem lutar unidos.

Na reunião, o presidente do Cebrapaz Antônio Barreto deu um contributo informando, por exemplo, das ações e da participação da entidade na luta nacional, regional e internacional, incluindo como focos a resistência contra o golpe de 2016 e a defesa da democracia, a solidariedade à luta do povo venezuelano na defesa da Revolução Bolivariana, entre outros. O Cebrapaz também distribuiu o relatório de atividades desde a 4ª Assembleia Nacional, em 2016, e o Plano de Ações aprovado pela Direção Nacional em agosto de 2017.

Entre os documentos distribuídos ou apresentados, os relatórios das coordenações regionais informaram as prioridades de cada frente no contexto da luta conjunta mundial, enquanto as diversas entidades nacionais deram seu ponto de vista sobre seus países e regiões e fizeram importantes contributos para a discussão do rumo a seguir. Um Comunicado Final e o Plano de Ações discutidos na reunião serão divulgados em breve.