Metalúrgicos do ABC: MP não muda DNA perverso da reforma trabalhista

O texto da reforma trabalhista que entrou em vigor no sábado (11), já foi alterado no dia 14 de novembro quando Michel Temer assinou Medida Provisória (MP) para ajustar itens polêmicos.  “É preciso deixar claro que as mudanças não alteram o DNA da reforma, que continua sendo um ataque aos direitos dos trabalhadores”, declarou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão.

Carteira de trabalho rasgada

Entre os pontos de que trata a MP estão a jornada de trabalho de 12 horas, a atividade de gestantes em locais insalubres, o trabalho intermitente e as indenizações por danos morais ou materiais.

“Essa MP mostra uma insegurança do próprio governo em relação à proposta apresentada e votada às pressas e também demonstra o que nós, representantes dos trabalhadores, já vínhamos denunciando desde que o texto-base foi apresentado, que ela só prejudica o trabalhador”, pontuou Wagnão (foto).

Ele lembrou o debate na sede realizado no primeiro dia útil depois da lei, na segunda-feira (13), com juristas que destacaram que as mudanças na CLT são inconstitucionais.

“Será que em seis meses é possível alterar 100 artigos da CLT e mais de 200 dispositivos? A reforma veio com o lema ‘É de 1943, da era Vargas’, mas ela já foi modificada cerca de 80%. E será que agora veio para modernizar as relações de trabalho?”, criticou a procuradora do Trabalho Sofia Vilela de Moraes e Silva, durante a discussão no Sindicato.

“Nosso encaminhamento de luta se mantém o mesmo, pela anulação total da reforma”, completou Wagnão. A medida provisória já está em vigor, mas ainda deve ser aprovada pelo Congresso para virar lei. O prazo para apresentação de emendas se encerra na próxima terça-feira (21).