Para lideranças Manuela mostrou sintonia com pautas dos movimentos

Direitos Humanos, Educação, Juventude e Direitos da Mulher são algumas das áreas onde foi construída a trajetória política da deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), pré-candidata do PCdoB à presidência da república. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (8) na Câmara dos Deputados, em Brasília, a parlamentar gaúcha demonstrou sintonia com pautas dos movimentos sociais e sindicais, afirmam lideranças.

Por Railídia Carvalho

Manuela Dávila

De acordo com Manuela, a pré-candidatura, tanto para ela quanto para o PCdoB, tem como centro de preocupação apresentar saídas para o país sair da crise. “Para nós essas saídas passam pela retomada do crescimento, pela retomada da indústria, pela unidade da nossa nação, pela valorização do trabalho, dos direitos sociais”, respondeu.

Segundo o dirigente Wallace paz, secretário-geral da Federação de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), as palavras de Manuela provocaram simpatia na entidade. “Para a federação, os candidatos que tenham esse compromisso com a retomada do crescimento a partir da área produtiva vão gerar identidade entre os trabalhadores e a candidatura”.

Ele lembrou que Manuela mostra uma visão avançada de projeto para o país e sintonizado com os trabalhadores. “A nossa expectativa é retomar um processo de industrialização a patamares que permitam aos trabalhadores terem empregos de qualidade e que agreguem conhecimento tecnológico”, esclareceu Wallace.

Clareza política e sensibilidade

De acordo com a pré-candidata, as mulheres tem sido as principais prejudicadas com a crise do país e precisam estar representadas em um projeto de reconstrução do Brasil. “Como vai construir uma nação se 52% da população não estiver contemplada nesse projeto? Quem mais perde com a crise econômica e com a diminuição do Estado e com a perda dos direitos sociais e individuais? Nós, mulheres”, enfatizou Manuela.

Ativista da União Brasileira de Mulheres e integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Lúcia Rincón, afirmou mais uma vez que há sintonia entre o discurso de Manuela e as bandeiras da luta pela igualdade de gênero.

“Ela enxerga com clareza a realidade do Brasil. A declaração é mais uma demonstração da sensibilidade e da clareza política de Manu e, num momento de posicionamento político, aponta que a base da sustentação desta sociedade está na exploração do trabalho e, em particular do trabalho das mulheres”, completou Lucia.

Elixir da Juventude

Aos 36 anos Manuela acumula experiência no parlamento: foi vereadora aos 23 anos, deputada federal por dois mandatos, candidata a prefeita de Porto Alegre em duas ocasiões e atualmente exerce o mandato de deputada estadual. O currículo não impede que Manuela seja considerada jovem para concorrer à presidência.

A deputada não vê isso como um problema. “40 mil brasileiros não chegam à minha idade vítimas da violência. Dizer que eu sou muito jovem para qualquer desafio é desconhecer a realidade no Brasil. A juventude brasileira busca emprego e enfrenta múltiplas situações de violência”.

Manuela brincou com o fato de sempre a considerarem jovem para disputar eleições: “Quando eu disputo eleição eu chego à conclusão que a eleição é o elixir da minha juventude, porque eu nunca envelheço perante os olhos dos meus críticos".

Em entrevista na terça-feira (7) ao Portal Vermelho, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, afirmou sobre a pré-candidatura de Manuela: “A gente recebe essa notícia com muita esperança, a Manuela é a representação de que é possível construir a política de forma diferente”.