Ruralistas repetem apoio e garantem mais da metade dos votos de Temer

Assim como na primeira denúncia contra Temer, a bancada ruralista foi essencial para garantir o resultado favorável ao peemedebista e seus ministros na segunda votação, realizada nesta quarta-feira (25) na Câmara. Dos 251 votos pela rejeição da denúncia por obstrução de justiça e organização criminosa, 131 vieram da Frente Parlamentar Mista da Agropecuária (FPA) – dois a mais que na primeira vez, quando a denúncia era por corrupção passiva.

Por Christiane Peres

ruralistas e temer - Reprodução da Internet

Desde que a Procuradoria-Geral da República (PGR) voltou seus olhos para o Palácio do Planalto, Michel Temer tem agradado como pode setores influentes no Congresso. Assim sendo, a bancada ruralista, como uma das mais fortes e articuladas do Parlamento, não ficaria de fora do bolo.

Desta vez, as benesses incluíram uma portaria que, na prática, acabava com o combate ao trabalho escravo, pois mudava seu conceito, excluindo as condições degradantes de trabalho, por exemplo, da categorização do crime. Esse era um pleito antigo dos latifundiários, mas felizmente durou menos de duas semanas, quando o Supremo Tribunal Federal (STF), numa decisão liminar, revogou a portaria 1.129/2017.

Muitos achavam que a atitude do Supremo acabaria revertendo votos dos ruralistas, mas Temer saiu com um perdão de multas ambientais de última hora. No decreto, publicado um dia antes da votação na Câmara, Michel Temer propôs o perdão de até 60% das multas por crimes ambientais, quando o infrator optar por converter a penalidade financeira em serviços ambientais. A conversão alcança multas que ainda estejam na esfera administrativa dos órgãos federais.

Curiosamente, o anúncio foi feito em Mato Grosso do Sul, berço político de Carlos Marun (PMDB), importante aliado de Temer e membro da FPA. “O ruralista que vota pelo afastamento de Temer deveria rasgar sua carteirinha de ruralista. O presidente Temer tem sido um grande presidente para o Brasil e reconhece a importância do setor rural”, disse Marun.

Confira quem foram os ruralistas que optaram pela salvação de Temer:

Adilton Sachetti (PSB-MT)
Aelton Freitas (PR-MG)
Alberto Fraga (DEM-DF)
Alceu Moreira (PMDB-RS)
Alex Canziani (PTB-PR)
Alexandre Baldy (PODE-GO)
Alfredo Kaefer (PSL-PR)
André Abdon (PP-AP)
André Amaral (PMDB-PB)
André Fufuca (PP-MA)
Aníbal Gomes (PMDB-CE)
Antonio Imbassahy (PSDB-BA)
Arthur Lira (PP-AL)
Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)
Átila Lira (PSB-PI)
Aureo (SD-RJ)
Baleia Rossi (PMDB-SP)
Benito Gama (PTB-BA)
Benjamin Maranhão (SD-PB)
Beto Mansur (PRB-SP)
Beto Rosado (PP-RN)
Bilac Pinto (PR-MG)
Bruna Furlan (PSDB-SP)
Caio Narcio (PSDB-MG)
Carlos Bezerra (PMDB-MT)
Carlos Henrique Gaguim (PODE-TO)
Carlos Marun (PMDB-MS)
Carlos Melles (DEM-MG)
Célio Silveira (PSDB-GO)
Celso Jacob (PMDB-RJ)
Celso Maldaner (PMDB-SC)
César Halum (PRB-TO)
Claudio Cajado (DEM-BA)
Cleber Verde (PRB-MA)
Cristiane Brasil (PTB-RJ)
Daniel Vilela (PMDB-GO)
Danilo Forte (PSB-CE)
Darcísio Perondi (PMDB-RS)
Diego Andrade (PSD-MG)
Dilceu Sperafico (PP-PR)
Domingos Neto (PSD-CE)
Domingos Sávio (PSDB-MG)
Edio Lopes (PR-RR)
Edmar Arruda (PSD-PR)
Elcione Barbalho (PMDB-PA)
Eli Corrêa Filho (DEM-SP)
Elizeu Dionizio (PSDB-MS)
Evandro Gussi (PV-SP)
Evandro Roman (PSD-PR)
Ezequiel Fonseca (PP-MT)
Fabio Garcia (PSB-MT)
Fábio Ramalho (PMDB-MG)
Fausto Pinato (PP-SP)
Francisco Chapadinha (PODE-PA)
Francisco Floriano (DEM-RJ)
Genecias Noronha (SD-CE)
Geraldo Resende (PSDB-MS)
Giacobo (PR-PR)
Gilberto Nascimento (PSC-SP)
Giovani Cherini (PR-RS)
Guilherme Mussi (PP-SP)
Hélio Leite (DEM-PA)
Herculano Passos (PSD-SP)
Hermes Parcianello (PMDB-PR)
Hildo Rocha (PMDB-MA)
Hugo Motta (PMDB-PB)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
Jéssica Sales (PMDB-AC)
João Carlos Bacelar (PR-BA)
João Rodrigues (PSD-SC)
José Carlos Aleluia (DEM-BA)
José Rocha (PR-BA)
Josué Bengtson (PTB-PA)
Jovair Arantes (PTB-GO)
Jozi Araújo (PODE-AP)
Júlio Cesar (PSD-PI)
Juscelino Filho (DEM-MA)
Lázaro Botelho (PP-TO)
Leonardo Picciani (PMDB-RJ)
Leonardo Quintão (PMDB-MG)
Lucio Mosquini (PMDB-RO)
Lúcio Vale (PR-PA)
Lucio Vieira Lima (PMDB-BA)
Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR)
Luiz Cláudio (PR-RO)
Luiz Nishimori (PR-PR)
Magda Mofatto (PR-GO)
Marcelo Aro (PHS-MG)
Marcos Montes (PSD-MG)
Marcus Vicente (PP-ES)
Marinha Raupp (PMDB-RO)
Marx Beltrão (PMDB-AL)
Mauro Lopes (PMDB-MG)
Mauro Pereira (PMDB-RS)
Milton Monti (PR-SP)
Misael Varella (DEM-MG)
Nelson Marquezelli (PTB-SP)
Nelson Meurer (PP-PR)
Nelson Padovani (PSDB-PR)
Newton Cardoso Jr (PMDB-MG)
Nilson Leitão (PSDB-MT)
Nilton Capixaba (PTB-RO)
Osmar Serraglio (PMDB-PR)
Paes Landim (PTB-PI)
Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG)
Paulo Feijó (PR-RJ)
Paulo Pereira da Silva (SD-SP)
Pedro Chaves (PMDB-GO)
Professor Victório Galli (PSC-MT)
Raimundo Gomes De Matos (PSDB-CE)
Raquel Muniz (PSD-MG)
Reinhold Stephanes (PSD-PR)
Renato Molling (PP-RS)
Renzo Braz (PP-MG)
Roberto Balestra (PP-GO)
Roberto Sales (PRB-RJ)
Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC)
Rômulo Gouveia (PSD-PB)
Ronaldo Benedet (PMDB-SC)
Rôney Nemer (PP-DF)
Saraiva Felipe (PMDB-MG)
Silas Câmara (PRB-AM)
Simone Morgado (PMDB-PA)
Soraya Santos (PMDB-RJ)
Takayama (PSC-PR)
Tereza Cristina (PSB-MS)
Toninho Pinheiro (PP-MG)
Valdir Colatto (PMDB-SC)
Walter Alves (PMDB-RN)
Wladimir Costa (SD-PA)
Zé Silva (SD-MG)