População protesta na Somália contra violência terrorista

Milhares de pessoas protestaram na capital e em outras cidades da Somália na última quarta-feira (18) contra os ataques terroristas, após o atentado em Mogadíscio ocorrido no sábado (14) que matou cerca de 300 pessoas

Por Alessandra Monterastelli *

manifestação na Somália - MOHAMED ABDIWAHAB AFP

Em sua maioria homens e mulheres jovens, os manifestantes marcharam através de Mogadiscio com faixas contra o grupo terrorista Al-Shabaab. Halima Abdullahi, em declaração para o The Guardian, disse que “nós estamos protestando contra os terroristas que massacraram nosso povo". Halima, que também protestava, perdeu seis parentes no ataque.

Segundo o jornal espanhol El País, o protesto foi considerado por diversos participantes como o maior já visto na história do país. A manifestação foi contrária ao grupo jihadista Al-Shabaab, possível autor do ataque e ligado à Al-Qaeda, que já realizou inúmeros atentados suicidas na região.

Informações do Sputnik noticiaram que os manifestantes marcharam até o estádio de futebol da cidade, onde o presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, entre outros líderes, se juntaram à manifestação. O líder somali teria pedido em seu discurso para que a população se aliste no exército para assim "libertar o país africano", segundo o El País. Em seguida, o protesto se dirigiu até o local do ataque, onde foi realizado um memorial em homenagem às vítimas.

O grupo terrorista Al-Shabaab ainda não reivindicou a autoria do maior atentado da história da Somália, mas acredita-se que o método do ataque condiz com o que já foi feito de 2007 até hoje pelo grupo.

Panorama 

A violência na Somália teria despontado quando o país iniciou uma guerra civil no início da década de 1990. Os numerosos grupos militantes, incluindo o Al-Shabaab, têm realizado ataques mortais contra alvos militares e civis no estado africano.

O jornal espanhol conta que o país saiu do período de instabilidade ao eleger o presidente Mohamed Abdullahi "Farmajo", que conta com amplo apoio também da comunidade internacional. Contudo, os sucessivos ataques do grupo jihadista Al-Shabaab, a pirataria nos mares e a fome têm sido um fator de instabilidade.