Cepal: Mercado de trabalho fraco no Brasil influencia região

Comissão estima que taxa média de desemprego chegará a 9,4% neste ano, terceiro aumento seguido.

desemprego pós-reforma trabalhista

Com a economia latino-americana registrando baixas taxas de crescimento desde 2014, o mercado de trabalho mantém a tendência de aumento do desemprego, o que se verificou novamente no primeiro semestre deste ano, conforme relatório divulgado hoje (19) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Ainda que com menor intensidade, a tendência negativa continua – e "influenciada particularmente pelo fraco desempenho do mercado de trabalho brasileiro", apesar de se projetar para este ano "um crescimento econômico muito leve", com tendência de estabilização paulatina dos indicadores do trabalho.

A Cepal estima que a taxa média de desemprego na região poderá ficar em 9,4% neste ano, ante 8,9% em 2016 e 7,3% em 2015 – seria o terceiro aumento seguido. Na primeira metade de 2017, de acordo com o relatório, foram verificadas duas tendências: continuidade da deterioração de alguns indicadores do trabalho e um menor ritmo dessa piora, talvez um sinal de "luz no fim do túnel".

Ainda na primeira metade do ano, a taxa de desemprego urbano subiu para 10,1%, acima de igual período de 2016 (9,1%). No Brasil, com base em dados preliminares, a taxa média foi de 12,4% para 14,9% – a maior da região, seguida da Jamaica (12,4%, em queda) e da Colômbia (11%, estável).

A Comissão e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ressaltam que a situação dos mercados na região se reflete também na qualidade do emprego. "Em seis de oito países com informação disponível, a criação de emprego por conta própria foi mais dinâmica que a criação de emprego assalariado durante o primeiro semestre", afirmam as entidades.