Polêmica sobre exposições acaba em bate-boca na Câmara

A novela em torno das criticadas mostras de Porto Alegre, com o “Queermuseu”, e de São Paulo, no Museu de Arte Moderna, com a performance de um homem nu, ganhou mais um capítulo esta semana. Em um debate promovido pelas comissões de Cultura e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputados levantaram a voz e partiram para cima do ministro da Pasta, Sérgio de Sá de Leitão, e do deputado Glauber Braga (PSol-RJ), o que levou ao encerramento do debate antes do previsto.

queermuseu - Reprodução da Internet

A ideia inicial era ouvir Leitão sobre as mostras que foram realizadas com incentivos fiscais da Lei Rouanet, mas o que se viu foi mais uma mostra de intolerância protagonizada por deputados a favor da “família”.

Exemplo clássico, foi o do coordenador da Frente Parlamentar Católica da Câmara, deputado Givaldo Carimbão (PHS-AL), que ao criticar a mostra “Queermuseu”, apresentada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, afirmou que queria ver a mãe do ministro da Cultura exposta "com as pernas abertas".

Indignado com a declaração do deputado do PHS, Leitão cobrou respeito do parlamentar alagoano e deixou a reunião.

Os deputados Glauber Braga e Delegado Éder Mauro (PSD-PA) também protagonizaram embates e chegaram a ser separados pela Polícia Legislativa.

Para o líder do PSol na Câmara, as críticas às exposições de arte são uma tentativa de censura. “Querem acabar com todo e qualquer tipo de diferença ou de diversidade em uma sociedade”, disse.

Ao final da audiência, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que presidia o debate, ligou ao ministro da Cultura para pedir desculpas em nome da Comissão de Segurança Pública. O presidente da Comissão de Cultura da Câmara, deputado Thiago Peixoto (PSD-GO), também entrou em contrato com Sá Leitão para pedir desculpas pelo episódio protagonizado por Givaldo Carimbão.