Dilma rebate bloqueio de bens e lembra que foi inocentada por Pasadena

A presidenta eleita Dilma Rousseff divulgou nota nesta quarta-feira (11) em que contesta o bloqueio de seus bens, relacionado à compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, na época em que ela presidia o conselho de administração.

Dilma Rousseff - Marcos Oliveira/Agência Senado

A decisão do bloqueio foi do plenário do Tribunal de Contas da União (TCU), incluindo também os bens dos ex-membros do Conselho de Administração da Petrobras.

"Não há prova alguma de qualquer ilícito praticado pelo Conselho Administrativo da Petrobras. Até porque muitos dos seus integrantes eram empresários do mercado, com experiência em gestão e aquisições. Cabe destacar que nenhum tinha ligação política com o governo", enfatizou Dilma.

Ela reforça que as atas do Conselho de Administração da Petrobras, demonstram que a compra de 50% das ações de Pasadena foi feita com base em avaliações e informações jurídicas e financeiras consideradas íntegras e cabais. "Dois anos depois, o Conselho foi informado que tais informações eram parciais e incorretas, transmitidas por diretor hoje condenado por corrupção", aponta.

Dilma salienta ainda que o Ministério Público Federal também proferiu parecer, em 22 de julho de 2014, dizendo“…não é possível imputar o cometimento de delitos de nenhuma espécie aos membros do Conselho de Administração, mormente quando comprovado que todas as etapas e procedimentos referentes ao perfazimento do negócio foram cumpridas”.

ela também resta que o próprio TCU, em diversos julgamentos entre 2014 e 2017, isentou o Conselho de Administração da Petrobras, presidido por ela, de prejuízo na compra de Pasadena.

A nota informa ainda que Dilma "vai apresentar mais uma vez o devido recurso para comprovar que não houve qualquer ato ilegal ou irregular que o Conselho à época tivesse conhecimento".

Agressão contra a família do ex-presdiente Lula

Em outra nota, a presidenta Dilma condenou com veemência a a operação policial de busca e apreensão contra Marcos Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.

Dilma classificou a ação como "abusiva" e cometida por "exibicionismo midiático". "Não havia nenhuma investigação em andamento, e a invasão da casa de Marcos Cláudio foi baseada apenas numa denúncia anônima falsa. Nada foi encontrado na busca policial, o que demonstra o abuso cometido apenas para alimentar uma grande imprensa sedenta por escândalos. A intenção da polícia de Alckmin é fomentar a perseguição ao maior líder popular do Brasil, que no entanto tem o apoio do povo", disse a presidente deposta em nota divulgada à imprensa.

Para Dilma, arbitrariedades policiais como estas levaram ao suicídio do reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, "um homem a quem não se deu direito de defesa". "O esgarçamento das instituições está criando um clima de arbitrariedades e exceção que, se não for combatido, se tornará o ovo da serpente do fascismo", afirmou.

Nesta quarta-feira (11), deputados estaduais do PT de São Paulo se reuniram com o secretário de Segurança Pública do Estado e cobraram providências contra a perseguição ao filho de Lula. Os deputados petistas mostraram o pedido da operação encaminhado à Justiça há indicação de busca e apreensão para o endereço residencial antigo e o atual de Marcos Lula, locais distintos e distantes.

"Ora, se a denúncia anônima é sobre um determinado local, por que o pedido de busca foi feito para dois locais?", diz o líder Alencar Santana Braga. Segundo Braga, o secretário se comprometeu afastar delegado do caso, abrir procedimento pra averiguar conduta do delegado e exigimos também solução é esclarecimentos rápidos do caso de Paulínia.