Venezuelanos vão às urnas e dão mais um passo para a paz e soberania

No próximo domingo (15) serão eleitos os governadores dos 23 estados da Venezuela, por um período de quatro anos. Jorge Rodríguez (PSUV) defende que o processo irá consolidar “a paz e a soberania” no país, uma vez que a oposição aceitou participar e vai concorrer aos cargos eletivos em condições iguais.

Eleições na Venezuela - Reuters

Mais de 18 milhões de venezuelanos estão inscritos para votar nas eleições para governadores, exceto a população do Distrito Capital, que tem um regime especial de governo. Além disso, os venezuelanos que moram no exterior também participarão do processo eleitoral.

Nestas eleições, que inicialmente estavam marcadas para 10 de dezembro, serão eleitos os governadores dos 23 estados que integram a Venezuela. Os locais de voto abrem às 6h e encerram às 18h, no entanto serão mantidos abertos enquanto houver eleitores à espera para votar.

Concorrem, em todos os estados, candidatos do Grande Pólo Patriótico – que integra dez partidos, entre os quais o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e o Partido Comunista da Venezuela (PCV) – e da chamada Mesa da Unidade Nacional (MUD), coligação que aglutina as siglas de direitista, opositoras ao governo de Nicolás Maduro.

Meses de violência

As eleições do próximo domingo acontecem após ao processo que elegeu a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) – em funções há mais de dois meses –, cuja legalidade a direita venezuelana e internacional, apoiadas por uma campanha massiva de manipulação midiática, se recusaram a reconhecer.

Entre abril e julho deste ano, a MUD, desafiando a Constituição e as instituições do país, promoveu nas ruas uma violenta campanha de ataques a pessoas e bens, de sabotagens e saques, que provocou mais de cem mortos e danos de valor incalculável em bens públicos e privados.

Recentemente, os seus representantes abandonaram a mesa instituída pelo governo de Maduro, na República Dominicana, com vista a retomar o diálogo com os dirigentes da oposição.

Material eleitoral em todo o país

Tibisay Lucena, presidente do Poder Eleitoral, afirmou esta segunda-feira (9) que “o material eleitoral e as máquinas de votação requeridos para a celebração das eleições dos governadores marcadas para este domingo” já se encontram em todas as regiões do país, “mesmo nas mais afastadas e de difícil acesso”.

Entretanto, a empresa Smartmatic, que fornecia o apoio técnico ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, foi afastada desse processo, revela a TeleSur, depois de ter posto em dúvida os resultados do processo eleitoral para a ANC “sem apresentar provas”. As autoridades venezuelanas refutaram as “acusações infundadas” e a empresa Ex-Clé passou a prestar o serviço antes garantido pela Smartmatic.

O CNE defendeu a fiabilidade, credibilidade, blindagem e transparência do sistema eleitoral venezuelano. Algo em que foi corroborado pelo Conselho de Especialistas Eleitorais Latino-americanos (Ceela), que qualificou o sistema eleitoral venezuelano como o melhor da América Latina.

Um grupo de 20 ex-presidentes, antigos vice-presidentes e magistrados de organismos eleitorais internacionais irá observar, em vários pontos do território venezuelano, o processo eleitoral do dia 15 antes da sua realização, durante a sua celebração e após a sua conclusão.