Trabalhadores dos Correios de SP e RJ encerram greve

Reunidos em assembleia na manhã desta quinta-feira (05), trabalhadores e trabalhadoras dos Correios de São Paulo e Rio de Janeiro decidiram aceitar a proposta da empresa e encerrar a greve iniciada no dia 26 de setembro.

Correios - .

A proposta foi apresentada pelo ministro Emmanoel Pereira em audiência de conciliação realizada na última quarta-feira (04), no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A proposta apresentada TST acatou a principal reivindicação da categoria, de reajuste salarial (2,07%) retroativo à data-base (agosto). Com a aceitação da proposta os trabalhadores também garantiram a manutenção do Acordo Coletivo na íntegra, um mês antes da reforma trabalhista entrar em vigor. Todas as cláusulas sociais serão mantidas por dois anos, inclusive a cláusula 28 que trata do plano de saúde.

Durante a assembleia do Sintect-RJ, o presidente Ronaldo Martins, falou sobre as questões apresentadas e discutidas pelos ecetistas, após a audiência. “O fato é que estamos em momento crítico. A posição do ministro ontem mostrou a situação não estava a nosso favor. Isso pode ser confirmado quando o TST não aceitou nenhuma contraproposta, condicionando a aceitação, sob condição de perdas maiores de direitos. O acordo poderia ser fechado na mesa e não nos tribunais, mas a empresa não colaborou no diálogo. A categoria a nível nacional colocou os prós e contras na balança e optou por acatar. O que nos deixa minimamente seguros nos próximos dois anos para seguir nossa luta”.

Martins apontou ainda, para a questão da Reforma Trabalhista que entrará em vigor em novembro. “Essa reforma ataca os trabalhadores, são subcondições de trabalho sem nenhum direito essencial. Se a gente ficasse à mercê dessa política suja da reforma, a situação encaminharia para o pior. Agora, é seguir no enfrentamento de melhores condições de trabalho, com, pelo menos, a manutenção dos benefícios assegurados”, ressaltou.

Para Elias Cesário, o Diviza, presidente do Sintect-SP, que participou da reunião de conciliação em Brasília, "o mais importante nesse momento foi garantir os direitos conquistados com muitos anos de luta, que estavam seriamente ameaçados”, frisou

“A conjuntura desfavorável e a postura do tribunal, que mais determinou que mediou ou conciliou, foram determinantes para levar a maioria a entender que continuar a greve seria entrar numa guerra que exigiria forças e sacrifícios imensos da categoria”, avaliou Diviza, que também é vice-presidente da CTB São Paulo.