"Eu não tenho medo", afirma argentina Milagro Sala

Em declarações via telefônica ao jornalista Gustavo Sylvestre, a também parlamentar do Parlasur sublinhou que isto se trata de uma decisão política produto de que o governador da província de Jujuy, Gerardo Morales, a quer calada.

Sala foi presa a 16 de janeiro de 2016 sob a suposta incitação à violência e tumulto por encabeçar um protesto contra as mudanças impostas por Morales no sistema e programa de cooperativas.

A essa causa acrescentaram-lhe durante estes meses outras como a suposta irregularidade de administração de fundos destinados a construção de moradias e também lhe imputa a autoria dos delitos de associação ilícita, fraude à administração pública e extorsão.

Em seu diálogo com Sylvestre a líder do agrupamento barrial Tupac Amaru sublinhou que 'o que estão fazendo é uma "jogada" e relacionou também o disposto pela Câmera como uma reação a suas manifestações públicas sobre o caso do jovem desaparecido Santiago Maldonado.

"'Estou tranquila, isto não faz mais que demonstrar o que vimos dizendo faz tempo", sublinhou. Ela acrescenta: "Eu vou cumprir com esta resolução. É mais, estou esperando que venha o Patronato (de Libertados) e que me tire a pulseira".

Além disso, considerou que "a resolução da Câmera é para tampar as atrocidades que está fazendo Morales em nossa província".

"Isto é muito depreciante. Estão-me fazendo uma jogada muito suja. Só me transferem de uma prisão a outra prisão. Tudo isto é político", reforçou.

Mal um mês após ser enviada a uma prisão domiciliária, a Câmera de Apelações revogou ontem esta medida e agora se dispõe a reentrada de Sala ao Serviço Penitenciário de Alto Comedero.

Sua defesa informou que não deveria ser tornado efetivo o translado em virtude que os advogados recorrerão à medida que, segundo o Artigo 443 do Código Processual Penal, prevê que a interposição de um recurso suspenderá a execução da decisão impugnada.