Contra terceirização: Ato em apoio ao MPT no RN reúne 27 entidades

A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) participou na quarta-feira (27), de um protesto em apoio à ação civil pública que o Ministério Público do Trabalho move contra o Grupo Guararapes, apontando irregularidades em facções de costura no interior do Estado, que prestam serviços terceirizados à empresa, dona das lojas Riachuelo, uma das maiores redes varejistas do país.

Ato em favor do MPT de Natal que processa riachuelo contra precarização de travbalhadores - Reprodução do Portal CTB

Protesto organizado pelas centrais sindicais em frente ao MPT reuniu sindicalistas, mas personalidades políticas, juristas, organizações estudantis e de movimento de bairros, que se alternaram no microfone para criticar a “postura agressiva” da Guararapes contra a procuradora Ileana Neiva, alvo do empresário Flávio Rocha nas redes sociais. A reforma trabalhista também foi citada, sendo vista como “uma medida para regularizar o trabalho precário”.

“"Viemos trazer nosso apoio ao MPT e à doutora Ileana, que tem sofrido diversos ataques. São lobos em pele de cordeiro que exploram a mão de obra dos trabalhadores. Desde 2010 que o MPT fiscaliza a Guararapes. E eles aproveitam esse momento de reforma trabalhistas para fazer essa ofensiva”, afirmou o secretário de Comunicação da CTB-RN, Moacir Soares (foto).

A Ação Civil Pública instaurada pelo MPT em maio deste ano foi fruto de uma série de diligências realizadas por técnicos e engenheiros do Ministério em 2015. Foram visitadas 43 empresas de facção prestadoras de serviço de costura à Guararapes, das quais 23 eram exclusivas. Durante as inspeções, foram identificadas irregularidades trabalhistas.

O Ministério Público do Trabalho pede a indenização de R$ 37,7 milhões como punição, exige que a empresa assuma a responsabilidade sobre os direitos dos trabalhadores que atuam nas facções têxteis. Contra a ação, a Guararapes avalia que o MPT quer “retirar empregos”.

Sobre a postura da empresa e a promoção de um protesto arranjado, no último dia 21 de setembro, os líderes afirmaram que se tratou de uma armação. “O ato que eles fizeram é uma distorção.

Na greve geral de abril deste ano (organizado pelo movimento sindical), a Guararapes não liberou nenhum trabalhador e, na semana passada, fretaram ônibus e liberaram o expediente. Quem não fosse, certamente receberia retaliação”.

Marcos Antônio, coordenador do Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas do Rio Grande do Norte (MLB-RN), um dos presentes que fazia parte de entidades com atuação em outras áreas, que não a sindical, justificou a presença do movimento porque “muitos ex-funcionários da Guararapes são demitidos, não receberam garantia e vão parar na rua, onde a gente atua”.