Trump conseguiu isolar os EUA na ONU, afirma Maduro

"Donald Trump isolou os Estados Unidos do mundo, é sua conquista mais notável na 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas. O êxito de Donald Trump é o auto-isolamento dos EUA", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em transmissão pela emissora estatal VTV na última segunda-feira (25).

Nicolás Maduro - Efe

De acordo com Maduro, Trump não recebeu o apoio "de um único governo" para "suas ameaças" contra a Venezuela. Por outro lado, seu país conseguiu o apoio de "120 nações do Movimento dos Países Não Alinhados", além da solidariedade dos movimentos sociais. "Os povos e governos do mundo estão indignados com a descortesia do presidente dos EUA contra a Venezuela da paz, a Venezuela da dignidade", acrescentou.

Além disso, agradeceu a Trump por nomeá-lo na ONU, pois "ficará para a história" que "houve um Nicolás Maduro que se opôs ferreamente ao domínio do imperialismo ianque".

A ONU encerrou nesta segunda-feira (27) os debates da Assembleia Geral, em uma edição onde Trump falou, entre outros temas, sobre a situação na Venezuela. Durante seu discurso na última terça-feira, Donald Trump afirmou que a Venezuela está "à beira do colapso total", e disse que seu país está pronto para adotar novas medidas se o presidente Nicolás Maduro insistir em "impor um regime autoritário".

Trump inclui Venezuela em novo veto migratório

No domingo (24), Trump substituiu seu polêmico veto migratório a seis países de maioria muçulmana por um decreto que impõe restrições a oito nações, entre elas a Venezuela.
Segundo a ordem de Trump, a Venezuela está incluída porque "seu governo não coopera em verificar se seus cidadãos representam ameaças para a segurança nacional ou a segurança pública" e, além disso, tampouco coopera com a recepção de "seus cidadãos sujeitos a ordens finais de expulsão dos Estados Unidos".

As restrições têm como foco "funcionários do governo da Venezuela que são responsáveis pelas deficiências identificadas".

O vice-presidente da Venezuela, Tareck el Aissami, disse nesta segunda-feira que as novas sanções anunciadas pelo governo dos Estados Unidos contra funcionários do governo de Nicolás Maduro são uma "honra" e um "troféu", ainda que também as tenha classificado como uma "agressão".

Já o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, disse que há “um conflito” entre a soberania da Venezuela e os interesses norte-americanos. Durante sua intervenção na 72ª Assembleia, defendeu uma vez mais o direito de seu país de “desenvolver seu próprio sistema político” sem intervenções externas de nenhuma espécie.