MBL ataca jornalista por livro de Marighella em estante

O Movimento Brasil Livre segue atacando jornalistas em redes sociais. A vítima da vez é o jornalista Arthur Rodrigues, do jornal Folha de S. Paulo. O "crime" do repórter seria ter um livro sobre Carlos Marighella na estante de casa.

MBL Marighella - Reprodução

O post do MBL recebeu uma chuva de críticas e até os apoiadores do grupo reclamaram da postagem. "Depois de censurar exposições de arte, agora o MBL quer censurar livros. O próximo passo será queimá-los em praça pública?", ironizou a matéria do Brasil 247.

O colunista da revista Carta Capital, Hariovaldo Almeida Prado, também ironizou a postagem publicando uma lista de livros proibidos pelo MBL. "Continuando a remissão nacional e trabalhando intensamente, a malta de rapazes do bem, conhecida como MBL, após ter posto ordem na exposição do Banco Santander, prossegue a serviço da Pátria, combatendo o comunismo de todas as formas e protegendo a família brasileira e a livre empresa no país", disse.

E acrescenta: "Enquanto não são acendidas as grandes fogueiras em praça pública onde serão queimados os livros comunistas e as obras de artes obscenas, segue uma lista para que os fiéis leitores deste sítio, se por ventura possuírem algum dos citados por equívoco, os separem para a cremação: Cubas Eletrolíticas, Nos Jardins de Marx, O Cubismo e Memórias Póstumas de Brás Cubas".

Sobre o clássico da literatura, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, com base nos fundamento do MBL, Hariovaldo pontuou: "Esse livro amaldiçoado tenta fazer a ponte entre o Brasil e o comunismo em Cuba (Bras-Cuba), é um dos principais livros vermelhos que corrompem a juventude brasileira e deve ser banido para sempre pois o Brasil nunca será uma Cuba comunista, nosso destino é ser um grande Haiti capitalista".