Comunistas do Recife debatem centenário da Revolução Russa 

O centenário da Revolução Russa e o lançamento da Seção Pernambuco da Fundação Maurício Grabois vão reunir nesta quinta-feira (21), no Recife, dois renomados estudiosos da revolução que marcou para sempre a vida de milhares de pessoas em todo o planeta, e dezenas de filiados, amigos, militantes e dirigentes do PCdoB do estado. Aberto ao público, o evento acontece a partir das 19h, no Teatro Apolo, localizado no Bairro do Recife. 

Comunistas do Recife debatem centenário da Revolução Russa - Divulgação

Luís Fernandes falará sobre a Revolução, seus legados e lições, bem como sobre a evolução histórica da ex-União Soviética. Ele é professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da PUC-Rio, doutor em ciência política e autor do livro “Ascensão e Queda: a economia política das relações da União Soviética com o mundo capitalista”.

Como debatedor atuará Karl Schurster, pós-doutor em História Contemporânea pela Universidade Livre de Berlin, doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de professor e pesquisador da Universidade de Pernambuco (UPE).

Herdeiros da Revolução

Em palestra realizada recentemente, o presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, destacou o papel do PCdoB na preservação do legado "dessa grande ação revolucionária". “Somos filhos-herdeiros da revolução de 1917. Ao contrário do que dizem o socialismo nasceu, e não morreu no século 20. A primeira experiência histórica surge num país relativamente atrasado, ao contrário do que previa Marx, em condições excepcionais daquele período histórico, entre duas guerras mundiais. O socialismo surgiu de uma exigência histórica e não de um desejo subjetivo” afirmou.

Ele ainda chamou atenção para o impacto da experiência socialista sobre os países capitalistas, que tiveram de adotar direitos para os trabalhadores, especialmente na Europa. “Foi essa mesma experiência a responsável pela destruição da máquina de guerra do nazismo. E foi fundamental também para desmoronar grande parte do que existia de colonialismo. O país em curto espaço de tempo acelerou a industrialização e conquistou as bases que seriam fundamentais para vencer a guerra mundial”, disse.

Renato lembrou também que não há resposta fácil para analisar o revés da URSS, que, segundo ele, deve ser analisado à luz das circunstâncias históricas. “Começou a ocorrer um declínio do ponto de vista econômico, na produtividade, na tecnologia, gerando defasagem em relação aos grandes países capitalistas. Não houve o salto necessário para enfrentar essas questões”, explicou.

Audicéa Rodrigues, com informações da FMG.
Do Recife