Conselho Mundial da Paz repreende os EUA e a União Europeia 

As organizações europeias que integram o Conselho Mundial da Paz (CMP) assinalam o Dia Internacional da Paz com um apelo aos povos da Europa para que deem mais força à luta contra o militarismo, as armas nucleares e as guerras de agressão imperialistas.

Estados Unidos e União Europeia

Na sequência da Assembleia Mundial da Paz, realizada em São Luís do Maranhão (Brasil), as organizações-membro do CMP na Europa decidiram celebrar o Dia Internacional da Paz, instituído pelas Nações Unidas em 1981 e que hoje se assinala, com “iniciativas contra as armas nucleares e outras armas de destruição massiva, e contra as bases militares estrangeiras”, revela o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) numa nota emitida quarta-feira (20).

Neste 21 de setembro, as organizações europeias que integram o CMP divulgam também o “Apelo aos povos da Europa – Dar mais força à luta pela paz!”, no qual apresentam várias exigências, denúncias e propostas.

Exigem o fim de “todas as guerras de agressão imperialistas, a proibição de todas as armas nucleares e outras armas de destruição massiva”, bem como “a abolição de todas as bases militares estrangeiras”.

Denunciando “os objetivos e a ação militarista da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)”, exigem a sua dissolução e expressam o apoio à luta de cada povo em cada país-membro da Aliança Atlântica “para se retirar deste bloco político-militar”.

As organizações conclamam ainda “todos os que sinceramente defendem a paz” a participarem nas iniciativas que evocam o Dia Internacional da Paz, “unindo-se em torno dos princípios proclamados na Carta das Nações Unidas, em defesa do direito de autodeterminação dos povos, do direito à soberania nacional e à independência, da não-ingerência nos assuntos internos dos estados”.

Também em defesa “da resolução pacífica de conflitos internacionais, do fim de todas as formas de opressão nacional, do desarmamento geral e controlado, da cooperação entre povos e países por uma nova ordem mundial de paz, pela emancipação, pela justiça social e pelo progresso da humanidade”.

Agressividade crescente do imperialismo

Estas exigências, denúncias e apelos surgem num quadro em que se assiste “à crescente agressividade global do imperialismo, à escalada do militarismo, ao aumento das despesas militares, à corrida por novas, mais sofisticadas e destrutivas armas, incluindo armas nucleares”.

“Os EUA, a Otan, as grandes potências da União Europeia e os seus aliados, na sua ambição pelo domínio mundial, são as maiores ameaças à paz e aos povos de todo o planeta”, sublinha o documento, na medida em que promovem uma “contínua escalada de tensão, ameaças e medidas de isolamento político, econômico, comercial e financeiro”, visando garantir “o controle geoestratégico de importantes regiões e sobre as principais fontes de matérias-primas”, bem como “restringir ou destruir qualquer país considerado um obstáculo às suas pretensões hegemônicas”.

“A morte, o sofrimento e a destruição entre milhões de seres humanos”, em países como o Afeganistão, o Iraque, a Síria, o Iêmen, a Ucrânia, assim como a “situação dramática de milhões de refugiados”, são consequência direta da “ingerência e de operações violentas de desestabilização, guerras de agressão e ocupação contra países e seus povos – sempre apoiadas por amplas campanhas midiáticas de manipulação e falsificação”, denunciam as organizações-membros do CMP.

No contexto desta escala militarista, as organizações defensoras da paz encaram com grande preocupação “a contínua e crescente tensão promovida pelos EUA, a Otan e a União Europeia (UE) contra a Federação Russa”, e os passos que a UE está dando na direção de uma maior militarização, assumindo-se como “pilar europeu da Otan”.

Criticando o modo como as Nações Unidas “são instrumentalizadas pelas forças imperialistas e os princípios da sua Carta fundadora são violados por resoluções e decisões cada vez mais arbitrárias e ambíguas”, as organizações-membros do CMP não deixam de atribuir grande significado ao Tratado de Proibição das Armas Nucleares que foi aprovado no último 7 de julho, por mais de 120 países, na medida em que reflete a “aspiração dos povos, do movimento mundial pela paz e dos esforços dos estados não-nucleares” a um mundo livre de armas nucleares.