Fórum de Comunicação debate a iniciativa Um Cinturão Uma Rota

Cerca de 300 jornalistas, pesquisadores sobre comunicação, economia e geopolítica, executivos de instituições públicas e privadas e organismos de planejamento dos cinco continentes reunem-se na China para debater a iniciativa Um Cinturão e Uma Rota. O objetivo é fortalecera cooperação entre os meios de comunicação e fomentar o debate sobre as realizações e os impactos da iniciativa de natureza econômica e geopolítica do governo chinês.

Diário do Povo

O Fórum de Cooperação dos Meios de Comunicação “Um Cinturão e Uma Rota” 2017 teve início nesta terça-feira (19) em Dunhuang, na província chinesa de Gansu, no noroeste da China.

Organizado pelo jornal Diário do Povo, em parceria com Comitê Provincial do Partido Comunista Chinês (PCCh) em Gansu e governo provincial de Gansu, o fórum conta com a participação de cerca de 300 representantes de 265 meios de comunicação, provenientes de 126 países e organizações internacionais.

Na abertura do Fórum, o presidente do Diário do Povo, Yang Zhenwu, proferiu um discurso em que saudou os participantes oriundos de todos os continentes. De acordo com Yang, o fórum é a maior reunião de meios de imprensa organizada por uma organização mediática chinesa. Na ocasião o presidente anunciou que o jornal criará um centro para reforçar a cooperação entre os veículos mediáticos chineses e internacionais ao longo do Cinturão e Rota será estabelecido pelo Diário do Povo, disse Yang Zhenwu.

O Diário do Povo adotará seis ações específicas para promover a cooperação mediática, afirmou Yang, detalhando que os esforços incluirão: a publicação do livro azul sobre a cooperação mediática do Cinturão e Rota; o lançamento de um centro de estudos internacionais; a iniciação ao centro de cooperação mediática; o mecanismo de entrevista conjunta sob o enquadramento do “Cinturão e Rota”; o estabelecimento da união para a cooperação regional do Cinturão e Rota; a construção de um instituto de pesquisa cultural, e a publicação da versão em inglês e mandarim do livro Ode à Rota de Seda.

Nova Rota da Seda 
 
Em 2013, o presidente chinês Xi Jinping apresentou a proposta de construção do Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21, abrindo mais oportunidades para a co-construção e compartilhamento, bem como a cooperação de benefício mútuo e de ganha-ganha entre os participantes, apontou Yang.

A iniciativa do Cinturão e Rota vem assim criar um novo conceito para a governança global, alargando o espaço para a cooperação internacional e estabelecendo um modelo em que diferentes civilizações podem aprender uma com outra, acrescentou.

Yang propôs que os meios de comunicação dos países abrangidos na extensão geográfica do Cinturão e Rota possam reforçar o compartilhamento de notícias, estudos políticos, integração e informação e intercâmbio interpessoal, por forma a construir bancos de notícias, think-tanks, bancos de dados, e bancos de talentos conjuntamente.

Língua portuguesa

Em representação da língua portuguesa estiveram presentes a Agência Lusa,de Portugal, o Portal Vermelho e o também brasileiro Moderador Mercantil, a Radiotelevisão Caboverdiana, o jornal angolano O País.

A diretora-adjunta de informação da Agência Lusa, Margarida Pinto, afirmou que o fórum garante uma importante plataforma de compartilhamento de informações para os meios de comunicação de todo o mundo.

“A cooperação internacional entre os meios de comunicação é importante para uma agência pequena como a Lusa. A cooperação internacional é a única forma de corresponder à necessidade de transmitir conteúdo informativo internacional”, afirmou.

“O quarto ano consecutivo da realização do evento, prova que é uma iniciativa que veio para ficar. A cada ano que passa há cada vez mais participantes. É importante para divulgar os ganhos da iniciativa”, disse Vladimiro Saquene, jornalista do jornal moçambicano, Jornal Notícias.

“Muita gente ainda não conhece [a China], particularmente em África. Eu sou jornalista, vou escrever sobre este evento, e os leitores moçambicanos poderão ter a oportunidade de ler. Acredito que, há medida que os jornalistas africanos vão escrevendo sobre o evento, ele se venha a tornar mais comum entre as pessoas”, disse o jornalista.

Inácio Carvalho, editor-chefe do Portal Vermelho do Brasil, destacou a história e paisagem única de Dunhuang, uma das paragens emblemáticas da antiga Rota da Seda, que em tempos promoveu intercâmbios culturais entre o Oriente e o Ocidente.

“Hoje, reconstruir a rota da seda com o avanço da tecnologia e comunicação, é muito importante. Não diria mais fácil, mas os resultados serão maiores na medida em que uma área maior do planeta será atingida e de uma maneira muito maisi intensa", afirmou Carvalho. Para ok editor brasileiro a comunicação em geral, a telecomunicação e as mídias sociais terão um papel fundamental. "Acredito que o fórum avança nesse sentido, na medida em que propõe uma integração maior”, afirmou Carvalho.

Inácio Carvalho já participou do evento por dois anos consecutivos e testemunhou o desenvolvimento do fórum. Ele disse esperar que os meios de comunicação do Brasil e de todo mundo possam participar no fórum de forma mais ampla e profunda.

No 3º Fórum de Cooperação dos Meios de Comunicação “Um Cinturão e Uma Rota” realizado em 2016, o Diário do Povo Online, a Agência Lusa e o Portal Vermelho assinaram acordos de cooperação para reforçar a colaboração no compartilhamento de informações.

Iniciado pelo Diário do Povo em 2014, o Fórum dos Meios de Comunicação “Um Cinturão e Uma Rota” já se tornou no fórum global de mídia mais representativo e influente do mundo. O evento consagra a maior escala e participação de países e organizações de comunicação estrangeiras a nível internacional.

O Fórum será encerrado nesta quinta-feira (21) com o visita dos participantes à sede do jornal Diário do Povo em Pequim, pela manhã, e à tarde serão recebidos por um dirigente do governo chinês no Grande Salão do Povo, onde se reúne anualmente a Assembléia Nacional Popular (ANP).