Bolívia condena terrorismo e consequências do capitalismo desenfreado

Durante a 72ª Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York nesta terça-feira (19), o presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou o terrorismo, as práticas abusivas do mercado e as guerras na Síria, Iraque e Líbia, além da crise humanitária no Iémen.

Evo Morales - Centro de Notícias da ONU

O presidente também aproveitou a ocasião para enviar solidariedade ao povo mexicano que neste mesmo dia foi afetado por um terremoto de magnitude 7.1 que deixou centenas de mortos e muitos danos materiais.

Além do México, Evo também se solidarizou com os povos do Caribe que recentemente foram atingidos pelos furacões Irma e Maria. Em seu discurso o presidente atribuiu os dois desastres naturais às mudanças climáticas que, na visão dele, são uma grave consequência do modelo capitalista e da industrialização desmedida.

“Furacões, terremotos, contaminação, extinção de espécies, secas, tudo isso é produto do modelo capitalista e da industrialização desmedida”, criticou o presidente que qualificou como “inadmissível” a atitude do governo dos EUA de não se comprometer com o Acordo de Paris.

Evo também criticou o discurso do presidente norte-americano, Donald Trump, que atacou outros países, como a Venezuela, e reforçou a xenofobia contra os mexicanos.

“A Bolívia condena a construção de muros e as leis que criminalizam a migração, para isso propomos a Cidadania Universal. Alguns governos, ao invés de buscar uma solução estrutural que provocam estes fenômenos, anunciam novas restrições”, disse.

Sempre em tom crítico, Evo também rechaçou as novas sanções dos Estados Unidos contra Cuba, que depois de meio século, estavam reestabelecendo as relações bilaterais. Para o mandatário boliviano, trata-se de um retrocesso grave para a política externa da região.

Por fim, Evo condenou o desenvolvimento, fabricação e uso de armas nucleares e químicas e exigiu que qualquer saída militar para crise na península coreana seja evitada. Pediu que as negociações sejam feitas de forma pacífica.