Ministro pode ter que explicar declaração de general sobre intervenção

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, pode ter de vir à Câmara explicar, entre outras questões, a declaração feita pelo general Antonio Hamilton Martins Mourão, no último dia 15, em uma palestra, em Brasília. Na ocasião, o oficial afirmou que se as instituições não conseguissem solucionar o “problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos”, os militares teriam “que impor isso”.

Por Christiane Peres

Jungmann - Reprodução da Internet

Autora do convite ao ministro na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara (CREDN), a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) explica a importância da vinda do executivo ao Parlamento após as declarações de Mourão.

“Queremos escutar o ministro da Defesa para que ele possa tranquilizar o país em torno dessa questão tão grave. Mas também queremos que ele venha falar sobre o excesso de decretos de garantia da lei e da ordem, que é a convocação das Forças Armadas para realizar funções que são próprias da segurança pública; e sobre a presença de militares dos Estados Unidos na operação América Unida”, disse a parlamentar.

Nesta segunda-feira (18), por meio de nota, o ministro da Defesa informou a convocação do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para esclarecer as declarações de Mourão. A nota reitera ainda que “as Forças Armadas estão plenamente subordinadas aos princípios constitucionais e democráticos e ao respeito aos Poderes constituídos”.

O comandante do Exército também já havia repudiado qualquer possibilidade de intervenção. Em entrevista ao Estadão no final de semana, o oficial disse que desde 1985 os militares “não são responsáveis por turbulência na vida nacional e assim vai prosseguir”.

O convite ao ministro da Defesa ainda deverá passar por aprovação na CREDN.