Elite não está precificando risco de caos social, diz ex-banqueira

"A elite não está precificando corretamente o risco de caos social. A economia é uma ciência que se especializou em demasia e se distanciou muito da realidade", afirma a economista Eduarda La Rocque, que foi sócia do BBM. Mesmo se autointitulando uma "neoliberal", ela avalia que mudanças profundas, como as reformas trabalhista e previdenciária, deveriam ser negociadas por um Congresso "mais representativo". 

eduarda la roque

Para Eduarda,  a elite brasileira está desprezando o risco de caos social no Brasil. "A elite não está precificando corretamente o risco de caos social. Esta é a hora de ampliar projetos sociais, não de cortar. As pessoas acham que com condomínios e segurança privada conseguem ter uma cidade maravilhosa", disse ela, em entrevista ao jornalista Ítalo Nogueira, da Folha de S.Paulo. 

As declarações mostram que até mesmo dentro do grupo que defende o Estado mínimo, há divergências sobre medidas que estão sendo adotadas atualmente. "Economista gosta muito de fazer conta de valor presente, mas não pode cortar 30% de salário de uma pessoa de um mês para o outro", disse, sobre a crise no Rio de Janeiro.

"Numa época em que se precisa diminuir e redistribuir o bolo, a voz dos mais vulneráveis não se faz ouvir. Tínhamos que nos preparar para 2018, decidirmos quem vai pagar a conta, com um Legislativo mais representativo tanto no Rio como no governo federal", afirma ela, que também defende melhor distribuição de renda.