Tensão na Espanha cresce devido ao referendo na Catalunha 

O governo espanhol advertiu nessa quinta-feira (14) que usará a lei do país para barrar o referendo autodeterminante de independência na Catalunha, com a inicialização do processo prevsita para a quinta feira (15), segundo o governo da região

mapa da região da Catalunha

Em entrevista para o canal fechado Telecinco, a vicepresidenta do poder executivo central Soraya Sáenz de Santamaría lembrou que todos os atos relacionados a polêmica consulta separatista do dia 1 de outubro estão proibidos pela justiça do país. 

"Os participantes e as autoridades sabem que não podem fazer publicidade de nenhum ato preparatório e nem criar um ambiente propício para tal evento", enfatizou a vicepresidenta. 

No entanto a vice-ministra não esclareceu se a administração conservadora de Mariano Rajoy contemplará ações concretas para evitar a inauguração da campanha do "sim", que está sob a organização de  Carles Puigdemont, presidente da Generalidade da Catalunha, sistema institucional em que se organiza politicamente o autogoverno Catalão. 

Soraya Sáenz ainda declarou que todos os 900 prefeitos dessa comunidade autônoma têm claro que não é legal colaborar com um referendo suspendo pelo Tribunal Constitucional. 

"Não podem simplesmente ignorar a lei e pensar de que esse ato não teria consequencias", finalizou Santamaría, insistindo na ilegalidade da votação viabilizada pelo governo separatista da Catalunha com a intenção de proclamar um Estado soberano na região espanhola com 7,5 milhões de habitantes. 

A largada da campanha pelo sim terá como cenário a antiga praça Terragona, onde costumavam acontecer touradas. A capital é a segunda mais populosa da região, com forte rejeição a independência. 

Além de Puigdemont, estarão presentes no ato seu vice-presidente, Oriol Junqueras, e os representantes dos principais partidos e associações que apoiam a ruptura entre Catalunha e a Espanha. 

As instituições espanholas reforçaram o cerco contra uma consulta que consideram inconstitucional. Numa decisão censurada mesmo por alguns partidos que se opuseram ao referendo, o Ministério Público ordenou citar os mais de 700 prefeitos catalães que desejam cooperar no referendo e detê-los se eles não aparecerem.

O MP também apresentou uma queixa contra todo o executivo regional e ordenou que a polícia operasse na região para apanhar urnas, envelopes e cédulas, propaganda ou qualquer outro material relacionado à votação de 1º de outubro.